PT nacional vai interferir na escolha
O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, irá interferir no processo de escolha do candidato do partido para a vaga ao Senado de Mato Grosso. Com o intuito de evitar as prévias agendadas pela legenda, Dutra se reúne com o presidente do diretório regional, Carlos Abicalil, e a senadora Serys Slhessarenko, do mesmo partido, nos próximos dias, em Brasília.
No encontro, Dutra tentará encontrar um caminho para se estabelecer o fim do impasse que se arrasta na sigla – e que abre precedentes para um racha. A participação de Dutra no processo de disputa interna pela vaga ao Senado foi definida no dia 5 deste mês, em reunião da Executiva nacional do PT. Cabe ao dirigente partidário tentar evitar a realização de prévias nos estados onde os postulantes à função estão distantes de entrar em entendimento – caso de Mato Grosso.
Dutra poderá acentuar o discurso que pede consenso também em outros estados que vivem celeuma parecida, situação verificada no Rio de Janeiro e em Pernambuco. Na insistência pelo projeto de disputar a reeleição, Serys faz questão de ressaltar que “apenas em Mato Grosso um senador está em disputa pela reeleição, já que nos outros estados os candidatos não são donos de mandato no Senado”.
O temor da nacional do PT é de que a falta de entendimento abale o palanque arquitetado nas unidades federativas em favor da candidatura à Presidência da ministra-chefe da casa Civil, Dilma Rousseff. É orientação do presidente Lula, seguida por Dutra, que a legenda inclusive abra mão nos estados da construção de candidatura própria – para o fortalecimento das alianças que poderão eleger a ministra.
Conforme calendário aprovado pelo diretório regional do PT, foi aberto ontem e termina no próximo dia 12 o prazo para inscrições dos pré-candidatos ao Senado. No período também devem ser apresentadas as propostas de apoio ao candidato ao governo de outro partido. Em Mato Grosso, o PT amarra as costuras políticas que deverão referendar respaldo à candidatura ao governo do vice-governador Silval Barbosa (PMDB).
Ciente das consequências que o partido poderá sofrer com a realização das prévias, o grupo de Abicalil se esforça para convencer Serys a rever sua posição. Ela mantém decisão de não pleitear cargo eletivo caso não seja confirmada candidata à reeleição. A parlamentar descarta ainda disputar vaga à Câmara Federal. Abicalil entende que o partido deve fazer um debate para discutir o assunto. Porém, entra em rota de colisão com Serys ao afirmar que no PT “não existe candidatura nata” – num claro recado à parlamentar de que ele também tem o direito de pleitear o espaço numa majoritária alinhavada com o PMDB e o PR. (SF)
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