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Saúde
Segunda - 08 de Março de 2010 às 14:34

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Uma técnica criada por pesquisadores britânicos, que "lava o cérebro" de bebês muito prematuros, poderá ajudar na sobrevivência destas crianças.

O estudo, da Universidade de Bristol, envolveu 77 bebês prematuros. O sangramento no cérebro é um dos problemas mais temidos para a maioria destes bebês, pois pode causar dano cerebral ou até mesmo levar à morte.

A técnica dos pesquisadores britânicos, que envolve a drenagem do cérebro durante a introdução de um novo fluido no lugar, pode reduzir este risco.

Os cientistas afirmam que o procedimento é realizado durante alguns dias na criança e é necessário um acompanhamento para garantir que a pressão no cérebro do bebê não aumente muito.

Mas a técnica só poderá ser usada em bebês muito prematuros, com grandes hemorragias, que podem levar o cérebro e a cabeça a se expandirem muito, em um problema conhecido como hidrocefalia.

O neurocirurgião pediátrico Ian Pople, um dos líderes da pesquisa, disse à BBC que espera que a técnica esteja disponível em breve no sistema de saúde público da Grã-Bretanha.

"Esta é a primeira vez que qualquer tratamento, em qualquer lugar do mundo, mostrou benefícios para estes bebês tão vulneráveis", afirmou.

Atualmente o tratamento padrão para crianças prematuras consiste em inserir várias vezes agulhas na cabeça ou na coluna para remover o excesso de fluidos acumulados, durante alguns meses, antes que um dreno seja inserido para retirar o fluido pelo abdome.

A pesquisa da Universidade Bristol, publicada na revista especializada Pediatrics, descobriu que o novo tratamento, chamado de Drift, é mais eficaz.

Primeiro bebê

Um dos primeiros bebês que recebeu o novo tratamento, durante os primeiros testes, foi o britânico Isaac Walker-Cox, de South Gloucestershire, hoje com nove anos.

Ele tinha apenas 1% de chances de sobrevivência quando nasceu, 13 semanas antes do tempo previsto.

A mãe, Rebekah Walker-Cox, afirmou que o menino atualmente tem uma leve paralisia no lado esquerdo do corpo, mas leva uma vida normal.

"Ele não tem nenhum problema mental, sua média de leitura é acima do normal e ele é muito bom com computadores. Ele leva a vida normalmente e é um menino expansivo e feliz", afirmou.

"Esta nova pesquisa é muito interessante e sempre aprovamos qualquer (pesquisa) que tenha o potencial de melhorar os resultados para bebês nascidos doentes ou prematuros", disse Andy Cole, da instituição de caridade britânica para crianças prematuras Bliss.

"Os primeiros resultados desta pesquisa são encorajadores e estamos ansiosos para ver como estas descobertas podem ser traduzidas para os tratamentos que podem garantir melhores resultados para estes bebês tão vulneráveis", acrescentou.






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