Mulher: Luta por melhores cargos e salários persiste
Apesar do aumento da participação feminina no mercado de trabalho e nas universidades, persistem diferenças significativas entre homens e mulheres em matéria de cargos ocupados – executivo, principalmente – e salários. No mercado de trabalho, a participação já atinge mais de 50%, porém, os salários são considerados baixos devido à “precariedade” dos cargos desempenhados.
“A situação melhorou bastante nos últimos anos, mas a mulher ainda tem muito a conquistar em termos de salários. Precisamos melhorar a qualidade do emprego oferecido à mulher para que ela possa melhorar sua remuneração. Numa mesma empresa, ocupando o mesmo cargo, por exemplo, as mulheres ainda têm rendimentos inferiores", observa a presidente da Associação de Mulheres de Negócios e Profissionais (BPW) de Cuiabá, Mariza Bazo. Segundo levantamento, no geral a mulher ganha 19% a menos do que o homem.
“A mulher, como gestora e ocupando cargos na área executiva, ainda tem uma participação restrita, ficando com apenas 25% deste bolo, contra 75% dos homens”, conta a presidente em exercício da BPW, Sueli Batista. Ela chama a atenção para o fato de que as mulheres vêm despertando cada vez mais a confiança dos executivos. “Quando o homem está na presidência de uma empresa, ele procura sempre ter ao lado mulheres ocupando cargos de assessoria, consultoria e de relacionamento com as pessoas. Os homens procuram se cercar de mulheres. Ou seja, a mulher chega perto, fica lado a lado, só está faltando conquistar este espaço”. Ela acredita, contudo, que dentro de 20 a 25 anos as mulheres estarão próximas de ocupar 50% dos cargos na área executiva.
Sueli Batista destaca a necessidade de “igualdade de remuneração” entre a mão-de-obra masculina e feminina por um trabalho de igual valor. “Precisamos atingir a igualdade de remuneração e promover a igualdade de oportunidades entre mulheres e homens nos locais de trabalho”, frisa.
Pesquisas revelam que as mulheres têm mais oportunidades de empregos, porém a remuneração da mulher é, em média, 81% da remuneração do homem. As mulheres com nível superior completo só conseguem receber 58% do salário dos homens com igual escolaridade.
“Além das diferenças salariais, há os obstáculos ao seu acesso aos cargos mais elevados e qualificados do ponto de vista da valorização do trabalho e/ou cargos de chefia, onde estão presentes a concentração do poder e os melhores salários”. Para presidente da BPW, é necessário ampliar a capacitação de dirigentes para que reivindicações ganhem eco no exercício do poder. (MM)
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