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Economia
Sexta - 05 de Março de 2010 às 08:48

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Agência Brasil
Exploração de petróleo em águas profundas seria uma das forças inovadoras do Brasil
Exploração de petróleo em águas profundas seria uma das forças inovadoras do Brasil

O Brasil despencou da 50ª para a 68ª posição no ranking mundial de inovação de 2010, que classifica as economias de Islândia, Suécia e Hong Kong como as três mais inovadoras do mundo.

Dentre os países latino-americanos, o país ficou apenas no 7º posto, perdendo para nações como Costa Rica, Chile e Uruguai. No ano passado, o Brasil era o 3º mais bem classificado na região. No grupo dos quatro Brics, o Brasil foi quem registrou o pior resultado neste ano.

Apesar desse cenário negativo, o Índice de Inovação Global divulgado nesta semana faz uma análise positiva sobre o futuro da inovação no Brasil.

A terceira edição do relatório produzido pela escola mundial de negócios Insead em parceria com a Confederação da Indústria Indiana (CII) destaca como principais forças inovadoras do Brasil "a exploração de petróleo em águas profundas, a agricultura tropical e a fabricação de aeronaves regionais".

A pesquisa classificou 132 países a partir de 60 indicadores diferentes, tais como patentes por milhão de habitantes, investimentos em pesquisa e desenvolvimento, usuários de internet banda larga e celulares por 100 pessoas e prazo médio para se abrir um negócio no país.

O estudo também tentou medir o impacto da inovação para o bem-estar social, incluindo dados de gastos com educação, PIB per capita e o índice Gini de desigualdade social.

O potencial brasileiro

A edição deste ano do Índice de Inovação Global contém um capítulo específico sobre o Brasil, que é tratado como "uma história de sucesso da América Latina", já que "depois de 2014, o Brasil deve se tornar a quinta maior economia do mundo, ultrapassando a Grã-Bretanha e a França".

Segundo o estudo, o país se destaca por seu pioneirismo na exploração de petróleo de águas profundas, "de onde 73% de suas reservas são extraídas", pela produção de etanol, que "muitas nações africanas, como o Sudão, tentam reproduzir", e pela fabricação de aeronaves regionais, setor em que a Embraer é líder mundial e que "exemplifica os benefícios de se adotar estratégias de negócios orientadas para a inovação".

Na visão do Insead e do CII, o Brasil leva vantagem em comparação com os demais Brics, apesar de ter registrado a pior posição no ranking. "Ao contrário da China, (o Brasil) é uma democracia. Ao contrário da Índia, não possui insurgentes, nem conflitos étnicos e religiosos, nem vizinhos hostis. Ao contrário da Rússia, exporta mais do que petróleo e armas e trata os investidores estrangeiros com respeito".

Segundo o relatório, um em cada oito adultos brasileiros já tentou abrir um negócio. Além disso, o país está na 13ª posição mundial em número de artigos científicos publicados em revistas acadêmicas.

No entanto, o texto também registra os obstáculos à inovação no Brasil, em especial a desigualdade social. A infra-estrutura brasileira seria inferior a da China e a da Coreia do Sul. O texto também defende que a inovação brasileira se beneficiaria muito se a proteção da propriedade intelectual fosse mais forte no país.

Com relação ao papel do Estado no estímulo à inovação, as políticas do governo nesse sentido "carecem de coerência e as instituições responsáveis por administrar os processos inovadores, como o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), mantêm tendências burocráticas e ineficientes".

Panorama mundial

Islândia, Suécia, Hong Kong, Suíça e Dinamarca lideram a edição deste ano do relatório.

O Índice de Inovação Global destaca o fato de os dez primeiros colocados de seu ranking serem nações relativamente pequenas, "cada uma tendo menos de 0,3% da população mundial”. Na análise do Insead e do CII, proporções menores podem tornar mais eficazes as políticas públicas.

Os Estados Unidos, que lideraram a pesquisa do ano passado, caíram para a 11ª posição. O estudo responsabiliza a queda do investimento americano em inovação e a recente crise econômica como duas das principais causas da atual classificação do país em seu ranking.

Sétimo colocado, Cingapura também mereceu um capítulo especial no estudo. Nele, o "impressionante sucesso" do país é descrito como consequência da atuação do Estado. O investimento em educação, em pesquisa e na indústria tecnológica fizeram de Cingapura o país inovador que é hoje, segundo o estudo.

O país do sudeste asiático é exemplo do papel central do poder público no estímulo à inovação. "Governos devem intervir para formular regras eficientes com relação a patentes, direitos autorais e o problema da pirataria".

O texto conclui que o relatório 2010 demonstra que "os líderes de hoje não serão necessariamente os líderes de amanhã. Portanto, a inovação pode – e em geral deve – ser desobstrutiva para catalisar o processo".






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