Projeções para 2020 ratificam potencial de ‘celeiro mundial’ para Mato Grosso
Projeção da produção de Mato Grosso é otimista
Para quem ainda duvidava do status de ‘celeiro do mundo’ na produção de alimentos, conferido a Mato Grosso, agora há motivos para crer. A confirmação veio de um estudo do Ministério da Agricultura (Mapa), que revela que o Estado tem o maior potencial de expansão agrícola do país na próxima década, e o melhor, de tudo: ampliando a produtividade e utilizando áreas de pastagens degradadas. O que estava há anos em discursos dos ruralistas, agora e em números, deixa de ser utópico.
A produção mato-grossense de milho e soja deverá crescer, até 2020, 94,3% e 55,6%, respectivamente. As projeções são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e fazem parte de pesquisa realizada pela Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) que aponta cenários de produção, participação no mercado mundial e dados regionais de 23 produtos da pauta agropecuária do País.
O estudo aponta que a região Centro-Oeste deve ser a que apresentará maior crescimento da atividade agrícola na próxima década. "A região tem espaço suficiente, água suficiente em determinados períodos do ano e condições de armazenagem dessa água", pontuou o ministro Reinhold Stephanes. "É provável que o Centro-Oeste caminhe cada vez mais nesta direção à medida que se tenha mercado e preço para estes produtos", acrescentou.
Na safra 08/09, o cultivo de milho, em Mato Grosso, atingiu 8,08 milhões de toneladas e passará, em no ciclo 19/20, para 17,7 milhões de toneladas, volume que corresponde ao total de soja produzido na temporada passado no Estado.
A soja, por sua vez, sairá de 17,9 milhões de toneladas para 27, 9 milhões de toneladas. A área de soja, em Mato Grosso, deverá ocupar mais 2,46 milhões de hectares, quase metade da expansão do cultivo da commodity no Brasil, que deverá crescer cinco milhões de hectares em 10 anos. Na atual safra, sojicultores cultivaram mais de 6 milhões de hectares, área cerca de 7% acima do registrado no ciclo 08/09.
IMPRESSÕES - O coordenador da pesquisa, José Garcia Gasques, explica que os motivos desse desenvolvimento no Estado serão as novas áreas e a introdução da soja em superfícies de pastagens degradadas. No Paraná, a soja deve ganhar aproximadamente um milhão de hectares e o Rio Grande do Sul deve manter a área quase inalterada.
MILHO - No Paraná, a produção de milho indica possível incremento de 50,2%. De acordo com as estimativas, o crescimento da área no Estado sulista será de 17%, saindo de 2,78 milhões hectares para 3,25 milhões. Minas Gerais deve registrar aumento de 32,9% na quantidade produzida, passando de 6,45 milhões de toneladas para 8,57 milhões. A produção mineira, no entanto, terá a área reduzida em 7%, caindo de 1,28 milhão para 1,18 milhão.
CANA - As projeções para 2020 mostram que São Paulo deverá expandir a produção de cana-de-açúcar em 50,3%, passando de 400,5 milhões de toneladas em 08/09 para 602 milhões em 19/20. Por sua vez, a área com cana nesse Estado deve expandir-se em 46%: deverá passar de 4,7 milhões de hectares em 2008/2009 para 6,8 milhões em 2019/2020.
Destaque à cultura é o crescimento em estados sem tradição no cultivo, como Paraná, Mato Grosso e Minas Gerais.
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