Acusado foi preso no aeroporto Marechal Rondon quando ia embarcar para Brasília e arma, de uso restrito, estava na bagagem de mão
Secretário-adjunto é processado por porte ilegal
O juiz da 2ª Vara Criminal de Várzea Grande, Newton Franco de Godoy, recebeu, esta semana, denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual contra o secretário-adjunto de Assistência Social da Secretaria de Estado de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social (Setecs), José Rodrigues Rocha Júnior, por porte ilegal de arma de fogo. O secretário foi preso dia 2 de fevereiro no aeroporto Marechal Rondon, enquanto tentava embarcar para Brasília, carregando na bagagem de mão o armamento, detectado pelo raio-X. Se condenado, Rodrigues poderá pegar de 3 a 6 anos de reclusão.
Ele está em liberdade provisória, concedida pelo juiz da Vara de Execução Penal, Adilson Polegato, no dia 3 de fevereiro. A Polícia chegou a considerar a hipótese da arma ter sido "plantada" na bagagem de José Rodrigues, conforme chegou a sugerir familiares do secretário. O CD com imagens obtidas na sala do aeroporto ainda é analisado pela perícia, a fim de esclarecer essa possibilidade.
O delegado da Polícia Federal, Evandro Iwasaki da Silva, chegou à conclusão de que o armamento pertencia à família de Rodrigues. O caso foi descoberto por que o escrivão Paulo Roberto da Silva, enquanto registrava a ocorrência, ouviu informalmente o pai do acusado, José Rodrigues Rocha, afirmar que a arma estava na família há vários anos. O pai explicou a origem da arma ao ser alertado, segundo o inquérito, pelo secretário adjunto de Assuntos Estratégicos da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública, Alexandre Bustamante, de que o histórico do armamento seria levantado. Bustamante confirmou a informação em depoimento.
A arma, um revólver Taurus, calibre 357, número de série OE 61817, foi analisada pela Perícia Oficial e Identificação Técnica do Estado de Mato Grosso, junto com as 6 munições encontrada na arma e outras 3 avulsas. Estavam em perfeitas condições de uso. O rastreamento feito pela PF identificou que a arma, de uso restrito, foi adquirida, originalmente, pelo Grupo El Hage SRL Ray Mond Mansour El Hay, sediada em Pedro Juan Caballero, no Paraguai. O grupo empresarial detém vários empreendimentos na região de fronteira.
Outro lado - A assessoria de imprensa da Setecs informou que José Rodrigues continua respondendo pelo cargo. A determinação da secretária Terezinha Maggi é que ele permaneça na função até que tenha alguma decisão no processo. Segundo a assessoria, a secretária decidiu não interferir no caso, já que o adjunto estava de férias e não estava exercendo a função quando foi preso e acusado do crime.
Procurados pela reportagem, José Rodrigues Júnior e seu advogado, Huendel Rolim Wender, não atenderam às chamadas.
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