Desembargador José Silvério Gomes é conhecido por ser "apaziguador" e vai tentar diminuir o desgaste no Judiciário após a aposentadoria compulsória de dez magistrados pelo CNJ
Novo presidente do TJ evita críticas e prega austeridade e diálogo
O novo presidente do Tribunal de Justiça, desembargador José Silvério Gomes, promete comandar a instituição com austeridade e de forma igualitária, para assim tentar recuperar a imagem desgastada do Judiciário diante da sociedade. Ressaltou, durante coletiva a imprensa, que presidir o TJ será o maior desafio de sua vida e frisou que não fará pagamentos de benefícios do modo como foi feito anteriormente. Apesar de rechaçar o modo como os pagamentos a magistrados foram feitos ele evitou tecer críticas ao ex-presidente Mariano Travassos, condenado à aposentadoria compulsória no último dia 23 pelo CNJ, ao lado de outros 9 magistrados, por desvio de dinheiro.Para o desembargador, cabe ao CNJ e STF fazer esse tipo de julgamento. “Na minha gestão não tem esse tipo de pagamento. Eles serão igualitários”, assegurou Silvério.
O ex-presidente do Tribunal de Justiça, José Ferreira Leite, os desembargadores José Tadeu Cury e desembargador Mariano Travassos, além dos juízes Marcelo Souza de Barros, Irênio Lima Fernandes, Antônio Horácio da Silva Neto, ex-presidente da Associação de Magistrados do Estado (Amam-MT), Marcos Aurélio dos Reis Ferreira, filho de Ferreira Leite, Juanita Cruz Clait Duarte (filha do ex-presidente do TJ desembargador Wandir Clait Duarte - já falecido), Maria Cristina de Oliveira Simões e Graciema Caravellas foram acusados de participar de um esquema que desviou cerca de R$ 1,5 miçhões do TJ para a maçonaria. “A ranhura realmente é grande, mas o TJ sai unido e vamos trabalhar para erguer o tribunal”, ressaltou o presidente, que não quis tecer comentários sobre a condenação dos magistrados. Se limitou a dizer que a decisão é do CNJ e que foi cumprida.
Ele lembra que os magistrados podem recorrer e que se o STF acatar o pedido o ex-presidente Mariano Travassos retornará para o cargo. Perguntado se acredita que o retorno do magistrado causaria novo desgaste, ele descorda e afirma que os desembargadores estão unidos e que não existem mais “blocos” dentro do Pleno. Mesmo assim, nos bastidores foi exatamente um destes blocos que o elegeu: o chamado "blocão", grupo de desembargadores ligados ao ex-presidente Paulo Lessa e ao ex-corregedor Orlando Perri, autor das denúncias que culminaram na aposentadoria dos 3 desembargadores e sete juízes. “Isso é uma página virada, não existem mais grupos, mas sim uma relação institucional”, pondera o novo presidente. Silvério fica no cargo de presidente do TJ até março de 2011, quando toma posse a nova diretoria do TJ eleita em outubro deste ano.
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