Amamentação é garantia de saúde
No Brasil, mais de 65% das mortes de crianças menores de 1 ano ocorrem no período neonatal (até o 28º dia de vida). Mas, de acordo com Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), esse número pode ficar menor a medida que as mães se conscientizam de que amamentar os bebês imediatamente após o nascimento pode reduzir essa mortalidade. Atualmente, estima-se que, no mundo, 1,3 milhão de mortes de crianças menores de 5 anos podem ser evitadas com o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida do bebê.
Para incentivar esse ato e prolongá-lo por muito mais tempo, há mais de 10 anos o Hospital Santa Helena entrou em um processo de humanização do atendimento à mãe e seu futuro bebê. De acordo com o médico e diretor geral do hospital, Hélio Marcelo Sandrin, a maternidade do Hospital Santa Helena é referência em Mato Grosso e atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por isso a obrigação de melhorar cada dia mais o atendimento às mães e seus filhos.
Depois de ganhar premiação da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), pelo trabalho realizado com o projeto "Via Láctea - Caminho, Luz e Vida" (2002), e o Prêmio Nacional Professor Fernando Siqueira (2007), por ações de humanização no atendimento pediátrico e aleitamento materno, o hospital recebe hoje o certificado de Hospital Amigo da Criança, idealizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Unicef, em 1990, para promover, proteger e apoiar o aleitamento materno.
Sandrin explica que o Hospital Santa Helena é o primeiro e único do Estado a receber essa certificação, a qual depende de um longo processo de reciclagem de todos os profissionais que trabalham na unidade.
Segundo o diretor, ser um Hospital Amigo da Criança, significa oferecer um atendimento humanizado, que dê assistência de qualidade à mãe desde o pré-natal até o momento que ela sai do hospital com seu filho nos braços. "O aleitamento materno é apenas um dos focos, pois temos 10 mandamentos a cumprir, inclusive conscientizar da importância do parto normal".
No Hospital Santa Helena, do total de 491 partos realizados em janeiro deste ano, 288 foram normal. Segundo Marcelo Sandrin, esse quantitativo tem se repetido em todos os meses, o que colaborou para a obtenção do certificado da Unicef.
"Um dos requisitos é realizar mais partos normais do que cesarianas".
Analisando a realidade cuiabana, Sandrin também destaca que um dos desafios do hospital e de toda a equipe é transformar aos poucos o conceito deturpado que as pessoas têm de que parto normal e aleitamento materno não são bons. "Ao trabalhar isso com as pacientes dentro da maternidade, queremos exteriorizar isso para a população".
Nesse processo de humanizar o atendimento, a pediatra Isa Keila do Amaral Peixoto pontua diferentes projetos e atividades praticados no hospital que estimulam a mãe para o parto normal e o aleitamento materno.
Entre eles estão o Disque Dúvida, a coleta de leite materno, uso da bola holandesa para estimular o parto, palestras de como amamentar e tirar o leite manualmente, como cuidar do coto umbilical e dar banho, registro civil dentro da maternidade, entre outras.
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