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Terça - 02 de Março de 2010 às 08:11
Por: Renê Dióz

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Cuiabá está vivendo seu pior início de ano sob os ataques da dengue, segundo os números de uma comparação no período de 2007 a 2010 divulgados ontem pela Saúde municipal (SMS). É brutal a disparidade entre os números de notificações da doença registrados nos primeiros dois meses dos três anos anteriores, comparados ao mesmo período de 2010. Exemplo: este ano e até agora, 2.038 casos já foram registrados na Capital. No mesmo período dos anos anteriores, a soma que mais chega perto é a do ano retrasado – apenas 338 casos.

No gráfico apresentado pela SMS, o ritmo da dengue em Cuiabá só começa a diminuir e a se nivelar ao ritmo dos anos anteriores a partir da sexta semana do ano. A tendência indicada pelo gráfico é de que, a partir deste mês, a doença deixe de apresentar dados tão aterradores, mas as condições climáticas previstas – a continuidade das chuvas combinada ao calor – criam o ambiente propício para o mosquito Aedes aegypti continuar se desenvolvendo e adoentando a população.

Já na avaliação da coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Cuiabá, Ivanete Fortunato, a disparidade entre os dados de 2010 e dos anos anteriores se deve a um evento específico: o ano de 2009 foi marcado por uma verdadeira epidemia de dengue, o que o torna um período diferenciado no histórico da doença na Capital.

Como a doença não respeita fim de ano, a entrada em março ainda se dá com fortes resquícios da epidemia, que teve início justamente em abril do ano passado. Por isso não é sequer possível comparar os números desses períodos. “Este ano nós extrapolamos mesmo”, reforça Ivanete.

E se o poder público tem buscado agir de maneira enérgica por conta dos avanços da dengue na Capital (chegando a demolir imóveis que supostamente abrigariam criadouros do mosquito vetor), é porque os dados epidemiológicos têm sugerido alerta. O ano mal começou e, até o momento, Cuiabá já registrou quatro notificações de morte atribuídas à dengue, sendo uma confirmada até o momento – a de uma criança de sete anos, moradora do bairro Jardim Vitória.

Outros dois casos de morte suspeita de dengue ainda têm de ser investigados em Cuiabá. O primeiro deles é de uma mulher de 47 anos, que morava no bairro Pedra 90. O segundo é de um menino de apenas cinco anos, que morava no Osmar Cabral. Ele estava internado na Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá até a semana passada. O quarto caso de morte suspeita havia sido descartado em Cuiabá por exames laboratoriais.

Entre as regiões da cidade, bairros conhecidos pela presença constante do mosquito da dengue continuam figurando este ano como os mais epidêmicos. Mais uma vez o periférico Pedra 90 encabeça a lista, tendo já registrado 165 casos.






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