Líder do governo atribui queda de Serra nas pesquisas a FHC
O líder do governo na Câmara, deputado Candido Vacarezza (PT-SP), disse nesta segunda-feira que a queda do governador José Serra (PSDB-SP) nas pesquisas de intenção de voto para a corrida presidencial é consequência de ter sua imagem atrelada à do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Como o PT tem a disposição de polarizar as eleições com o PSDB, comparando o governo Lula com o de FHC, Vacarezza disse que Serra terá dificuldades para fazer o seu nome crescer nas pesquisas.
"A rejeição ao Serra cresce porque, mesmo que ele faça um salamaleque para dizer que não é antiLula, a oposição não o permite fazer esse tipo de movimento porque são muito duros com o governo. A oposição não deixa o Serra se movimentar", disse.
Vacarezza disse acreditar que Serra também tenha registrado queda devido à sua gestão no comando do Estado. "Tem 16 anos que eles [PSDB] governam São Paulo. Começa a haver uma fadiga. Eles precisam abrir os olhos para São Paulo, se não vão ter surpresas por lá", afirmou.
Apesar de afirmar que o PT não pode ficar de "salto alto" com o crescimento da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) nas pesquisas, Vacarezza disse que a população brasileira compreendeu que a petista é a candidata de Lula, por isso disse acreditar em um maior crescimento da pré-candidata em curto prazo.
"A Dilma é favorita na disputa. Cada vez mais ela é conhecida, o povo aumenta a sua disposição em votar nela. Boa parte de quem vota em nós [PT] não sabe que a Dilma é candidata do Lula e do PT", afirmou.
O líder disse que os resultados da pesquisa Datafolha, que mostram a redução da vantagem de Serra de 14 para 4 pontos sobre a ministra, derrubam o discurso do deputado Ciro Gomes (PSB) de que sua candidatura é necessária para forçar um segundo turno entre um nome da base aliada e Serra.
"O que acabou é o discurso do Ciro, aquele de que ele era essencial para ter segundo turno. Era um discurso que não tinha base antes, ficou mais claro que não tem base agora. Se a motivação da candidatura dele tem outros elementos, aí tudo bem", afirmou.
Pressão
Nos bastidores, petistas se articulam para usar os resultados da pesquisa como estratégia para pressionar Ciro a desistir de sua candidatura à Presidência da República. O PT defende que o deputado entre na disputa pelo governo do São Paulo com o apoio da legenda, mas Ciro insiste que sua disposição é concorrer ao Palácio do Planalto.
Em meio ao impasse, o PT aguarda uma definição de Ciro para definir se lança candidato próprio ao governo de São Paulo ou apoia o deputado --caso faça a opção pela eleição estadual. Vacarezza minimizou a indefinição de Ciro ao afirmar que o PT não tem pressa para definir seu candidato em São Paulo.
"Não estamos atrasados. Se não for o Ciro, o mais provável é que seja o senador Aloizio Mercadante. O presidente Lula já anunciou que o candidato é o Ciro ou o Mercadante", afirmou.
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