Veja dicas para encarar a frustração de ser reprovado no vestibular
Após a maratona dos vestibulares, muitos estudantes encaram a frustração por terem sido reprovados. Embora não seja fácil fugir da tristeza, especialistas dão dicas para encarar o momento da melhor maneira possível.
Identificar os pontos em que o desempenho foi ruim, rever a escolha profissional e não optar por vagas remanescentes por desespero são algumas orientações.
A estudante Lilian Oliveira Ferreira, de 20 anos, digeriu o mau momento e se prepara para os próximos combates. Já sabe onde falhou. “Tenho que reforçar os estudos em alguns assuntos que eu sei que não domino, como hidrostática, eletroquímica e álgebra”, diz. Lilian quer cursar medicina em universidade pública. Este foi o terceiro ano consecutivo de tentativas. “Estou na lista de espera da Unifesp, mas não sei se vai rodar até chamarem o meu nome”.
Usar o vestibular como forma de avaliação é uma das orientações dadas pela coordenadora do serviço de orientação profissional da Universidade de São Paulo (USP), Yvette Piha Lehman. “A melhor maneira é enfrentar a realidade: não há vagas para todos. O estudante tem que estar ciente que havia gente mais preparada do que ele, perceber onde ele foi mal e melhorar seu desempenho para a próxima etapa”, diz.
“Sei também que sou lenta na hora de fazer a prova. Fico um pouco nervosa e isso reflete na minha memória”, conta Lilian. “Por isso vou treinar a agilidade nos simulados e começar a controlar o tempo que uso para resolver as questões”.
O estudante pode, também, usar o momento para rever a escolha profissional e confirmar se o curso escolhido é realmente o caminho que ele quer seguir, acrescenta Leo Fraiman, psicoterapeuta e orientador profissional.
Fraiman lembra, ainda, que um erro comum é enxergar apenas o curto prazo. “Nada é tão definitivo. As pessoas têm que aprender a por mais vírgulas e menos pontos finais nas situações. O jovem deveria pensar que ainda não passou e não simplesmente que foi reprovado. Em médio e longo prazos não fará diferença para a carreira dele se tiver concluído o curso um ou dois anos depois”, comenta.
Será prejudicial, reforça o especialista, se ele escolher um curso que não o realize no futuro. É o que muitos acabam fazendo ao optar por vagas remanescentes para estar logo na universidade. “E são esses os que acabam desistindo do curso depois”, acrescenta Yvette. Para ela, o cuidado com a falta de foco é muito importante. “O jovem não pode esquecer da formação que ele quer ter apenas por estar em algum curso superior”.
“Quando não é possível escolher os fatos, deve-se usar a inteligência para escolher a atitude a tomar diante dos fatos que se apresentam”, acrescenta Fraiman. “É um momento de avaliação para o estudante. Ele tem que aprender a negociar com os desejos dele, saber que atitudes tomar diante de determinada situação”.
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