Justiça Federal manda devolver “carrões” de grife do tráfico
Por decisão da Justiça Federal de Mato Grosso, todos os veículos apreendidos na Operação Maranello, realizada no ano passado, serão devolvidos a seus proprietários. Os carros, todos importados, de grife famosa, usados no esquema de lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas, estavam em pátio aberto da Polícia Federal. A devolução se deve a necessidade de garantir a melhor conservação dos bens.
Na entrega, os donos dos carros assinam Termo de Depósito no qual garantem que o bem não será utiilizado, e deverão mantê-los em suas residências, com a única finalidade de conservá-los. Até o final do processo, os bens não podem ser utilizados, vendidos ou cedidos, segundo informou a Polícia Federal.
Como resultado da operação, 35 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Os denunciados integram uma parte da organização criminosa que foi desarticulada em duas etapas, a última em setembro do ano passado.
Os denunciados atuavam tanto no tráfico quanto na lavagem de dinheiro oriundo da venda de drogas em São Paulo e Pará. A droga chegava em Mato Grosso trazida da Bolívia, geralmente em aviões, até as fazendas Sete irmãos e Baía dos Pássaros, na cidade de Barão de Melgaço.
O esquema do tráfico era comandando por um núcleo principal composto por Edésio Ribeiro Neto, também conhecido por Binho, pelo ex-policial militar Adonai de Novaes Oliveira e pelo policial civil Wagner Rodrigo de Amorim e por Jackson Luiz Costa Conceição. Edésio é o principal membro da organização, ele é quem arregimentava financiadores, administrava e distribuía a cocaína vinda da Bolívia.
Ao negociar a entrega da droga, a organização criminosa recebia, além de dinheiro, veículos como forma de pagamento, sendo que alguns destes eram vendidos para posterior compra de mais droga. Outros veículos acabavam por ser utilizados por membros da própria organização.
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