Cabo da PM morre quando tentava negociar com traficantes
Um cabo da Polícia Militar morreu durante uma tentativa de negociação com suspeitos para recuperar o carro particular de um coronel da corporação. Ele foi até uma favela para pagar o resgate do veículo e acabou sendo assassinado.
No domingo (28), policiais militares de vários batalhões fizeram questão de prestar a última homenagem ao cabo Guttemberg Conceição, de 32 anos. Parentes dele estavam inconformados e alguns precisaram ser amparados no sepultamento do policial.
O policial era motorista do coronel Carlos Henrique Alves de Lima, do Batalhão Rodoviário (BPRv). O enterro foi em Sulacap, na Zona Oeste do Rio.
No sábado (27), a mulher do coronel teve o carro roubado em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Ela também teve o telefone celular levado pelos suspeitos. Por esse telefone foi feita a negociação para que o carro fosse devolvido.
Ficou acertado que os suspeitos, traficantes do Morro da Pedreira, em Costa Barros, no subúbrio, iriam devolver o veículo no mesmo dia. Em troca, os suspeitos queriam R$ 2 mil.
O coronel seguiu para a favela com o cabo Guttemberg, que entrou sozinho na comunidade. Pouco tempo depois o PM foi morto com vários tiros. O carro não foi recuperado.
Sindicância na corregedoria
O cabo foi enterrado com honras militares. Nesta segunda-feira (1º), o coronel vai depor na corregedoria da PM. Ele terá de dar explicações sobre a decisão de negociar com bandidos a devolução do carro.
Uma sindicância foi aberta na corregedoria para apurar o caso. O militar pode ser afastado de qualquer cargo de comando.
“É um fato extremamente grave. Nós perdemos um policial. Numa situação como essa, logicamente que o conselho que a gente dá é: em hipótese alguma negocie. Mas infelizmente agente não tem como voltar no tempo”, disse o tenente-coronel Lima Castro, chefe de comunicação da PM.
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