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Internacional
Domingo - 28 de Fevereiro de 2010 às 18:27
Por: Denise Mota

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O presidente eleito do Uruguai, José Mujica, declarou neste domingo o que seria sua preferência pela candidata de Luiz Inácio Lula da Silva para as próximas eleições no Brasil, Dilma Roussef.

Durante uma entrevista aos correspondentes estrangeiros presentes em Montevidéu para a cerimônia que o empossará como novo presidente do Uruguai na segunda-feira, José Mujica afirmou que tem apreciado a ideia de mulheres no poder.

"A decisão compete ao povo brasileiro, o que não quer dizer que eu não tenha meu coraçãozinho", disse, entre sorrisos. "Ultimamente tenho gostado das mulheres no poder", afirmou à BBC Brasil ao ser perguntado sobre a eleição brasileira de outubro.

Acompanhado por seu vice-presidente, Danilo Astori - ex-ministro de Economia da gestão anterior, de Tabaré Vázquez -, Mujica falou ainda dos desafios que seu país enfrenta em relação ao comércio no âmbito do Mercosul - "cheio de defeitos" - e não deixou de fazer críticas ao comportamento brasileiro dentro do bloco, especificamente no que diz respeito à "indústria paulista", antes de passar a palavra a Astori, para que se pronunciasse mais "diplomaticamente" sobre o tema.

"Para ser líder, é necessário ser reconhecido como líder, e reconhecemos a liderança natural do Brasil", afirmou o Astori, que relembrou ainda a "importância essencial" do país, "sócio comercial número um do Uruguai".

"Agora, para ser líder, é necessário exercer a liderança, e para exercer a liderança é necessário ter generosidade. Os grandes líderes da Europa têm sido muito generosos quanto à possibilidade de desenvolvimento de países menores."

Presidente e vice falaram ainda sobre a ausência de Estados Unidos e Canadá da comunidade de países latino-americanos e caribenhos gestada durante cúpula do Grupo do Rio.

"O objetivo não é excluir Estados Unidos e Canadá, mas dotar a América Latina de instituições que, tomara, funcionem solidamente e que permitam aos países operar cada vez mais entre eles", disse Astori. "O Uruguai quer ter a melhor relação possível com os Estados Unidos", acrescentou.

Sobre o conflito que a Argentina mantém com o Uruguai há mais de três anos, por conta da instalação da fábrica de celulose finlandesa Botnia no Rio Uruguai (que divide os dois territórios), a meta da gestão que se inicia é "começar um período de franca negociação" com o país governado por Cristina Fernández de Kirchner, de acordo com o novo presidente.






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