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Internacional
Domingo - 28 de Fevereiro de 2010 às 12:48

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O primeiro Shikansen ou trem bala japonês que superou os 300 km/h se despediu hoje, após 13 anos, das linhas de alta velocidade para abrir passagem à tecnologia ainda mais moderna de seus sucessores.

Centenas de pessoas se reuniram nas plataformas de estação do serviço de alta velocidade da estação central de Tóquio para ver partir, pela última vez, a série 500 do Shinkansen, transformada em símbolo da inovação tecnológica do Japão.

Fabricado pela companhia ferroviária Japan Railways West (JR West) em 1996 e 1997, o Shinkansen 500 estreou em março de 1997 para unir os 622 quilômetros entre as cidades de Osaka (centro) e Hakata (sul) em 2 horas e 17 minutos, frente às quase quatro horas que eram necessárias até então.

Em novembro daquele mesmo ano ampliou sua linha de Osaka até Tóquio com o serviço "Nozomi" ("Esperança").

Até que apareceu esta série revolucionária, os trens-bala japoneses alcançavam "apenas" 210 km/h, explicou à Agência Efe um porta-voz da JR West.

O modelo 500 foi o primeiro trem comercial que chegou ao máximo de 300 km/h, o que o levou a ser inscrito no livro Guinness dos recordes.

Com sua linha de corte supersônico e cabine azul e branca, que lembra o de um avião de combate, ganhou vários prêmios de design industrial e uma popularidade que lhe valeu uma legião de "tecchan", como são conhecidos os fãs dos trens no Japão.

Desde que se anunciou o fim da atividade deste trem, seus fãs se prepararam para a despedida e hoje chegaram com câmeras na mão à estação de Tóquio, onde tiveram que ser tomadas medidas de segurança especiais para evitar acidentes por causa das aglomerações.

No meio de uma grande expectativa, o Shinkansen 500 entrou lentamente na plataforma de estação, ficou parado 13 minutos - durante os quais inclusive os responsáveis da estação se esforçaram para fotografá-lo com seus celulares - antes de se retirar dos trilhos, no meio de flashes, pela última vez.

Devido a seu elevado preço, foram produzidos só nove trens da série 500, cada um com 16 vagões.

Em sua melhor época este modelo realizava até 16 viagens por dia, mas nos últimos anos, com a entrada dos novos modelos 700 e N700, foram sendo diminuídas pouco a pouco até duas viagens diárias.

Entre as características do popular Shinkansen 500 estava seu longo "nariz" bicudo, com 15 metros de comprimento, que fazia com que o trem tivesse menos altura do que o normal, algo que mudou nos modelos seguintes para torná-los mais cômodos.

Agora a série 500 será substituída totalmente pela nova série N700 do trem bala, que já realiza desde julho de 2007 os trajetos comerciais da linha Tokaido que une os 552 quilômetros que separam Tóquio de Osaka, a segunda cidade mais importante do Japão.

Embora tenha dito adeus à alta velocidade, a série 500 não deixará de circular no Japão, já que continuará funcionando com oito vagões no serviço regular que cobre o trajeto entre Osaka e Hakata, na linha onde estreou.

Sem nunca ter sofrido um acidente fatal e com um atraso médio de menos de um minuto, o Shinkansen simboliza a pujança tecnológica do Japão há mais de 40 anos, quando a alta velocidade era um conceito quase utópico na Europa e nos Estados Unidos.

De fato, o Shinkansen da Japan Railways é um dos produtos mais conhecidos da engenharia japonesa no mundo todo, apesar de que a tecnologia que o faz funcionar mal tenha sido exportada em grande escala para o estrangeiro.

Na Ásia, Taiwan também conta com a tecnologia do Shinkansen, enquanto está previsto que o Vietnã a utilize na linha de 1.700 quilômetros que percorre o país de norte a sul em um projeto para o qual calcula um investimento de US$ 56 bilhões.

Além disso, a Japan Railways mostrou interesse em entrar na licitação para as obras do trem de alta velocidade que o Brasil pretende ter entre Rio de Janeiro e São Paulo, e que seria o primeiro de seu tipo na América Latina.






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