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Economia
Domingo - 28 de Fevereiro de 2010 às 11:00
Por: Jonas da Silva

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No Estado a teca tem idade de plantio entre 12 e 15 anos
No Estado a teca tem idade de plantio entre 12 e 15 anos

O setor de base florestal em Mato Grosso tem potencial de novos nichos de mercado a conquistar. As florestas plantadas para exploração comercial, por exemplo, têm atraído investidores nacionais e estrangeiros. Só neste último caso, está previsto o início de plantio este ano de 55 mil hectares de fundos e gestores de investimento dos Estados Unidos, o que equivale a 55% de florestas plantadas de teca e eucalipto existentes em Mato Grosso, de 100 mil hectares, de acordo com a Associação dos Reflorestadores do Estado (Arefloresta). Para as duas espécies são esperados um crescimento médio de cerca de 20 mil hectares por ano.

Mas as oportunidades vão além. Somente para uma das 4 principais utilizações desse tipo de madeira, a produção de energia (biomassa), há necessidade de 140 mil hectares. Atualmente do total de florestas plantadas no Estado, 40 mil são de uso energético. As outras opções são para móveis e construção (madeira sólida); postes, cercas e barracões (estrutural) e artesanato.

O grupo de capital brasileiro e holandês Nederlof Agropecuária e Florestal inaugurou no início do mês uma fábrica de beneficiamento de teca (Soroteca), em São José dos Quatro Marcos (315 Km de Cuiabá) com aporte de R$ 5 milhões. O grupo tem áreas em Cáceres e no município. A madeira de teca do empreendimento terá selo verde com certificação do Conselho de Manejo Florestal (FSC, da em inglês).

O vice-presidente da associação, Haroldo Klein, confirma as perspectivas com o início de plantio de empreendimentos do capital externo. "Só para atender o setor de energia no Estado teríamos que ter em torno de 140 mil hectares com idade mínima de sete anos", revela. Sua empresa, instalada em Várzea Grande, faz manejo florestal para produção de madeira a serrarias.

"Há um projeto na região de Itiquira e Alto Araguaia de um fundo de investimento dos Estados Unidos que vai plantar 35 mil hectares. Uma gestora vai captar recurso para aplicar e começar projeto de 20 mil hectares este ano em Campo Verde, Dom Aquino e Alto Garças", descreve outra movimentação do negócio.

Na cidade de Alto Garças o solo é arenoso, o que é mais favorável para o plantio de eucalipto. Klein informa ainda que regiões de pecuária extensiva, como na Baixada Cuiabana, principalmente no município de Chapada dos Guimarães e região de Manso, o investimento da bovinocultura não tem mais retorno. Em Mato Groso, a teca tem idade de plantio entre 12 e 15 anos. Mas há algumas empresas agroflorestais com 28 anos.

A Arefloresta é composta por 23 empresas associadas de todo o Estado, distribuídas entre plantadores de teca (concentrada mais no sudoeste de Mato Grosso, do entorno de Cáceres a Tangará da Serra, na região Oeste; e no pólo em Alta Floresta. Mas há alguns territórios na Baixada Cuiabana, como Rosário Oeste. No plantio de eucalipto estão Cuiabá e municípios da região Sul, como Rondonópolis, Campo Verde, Dom Aquino e Itiquira.

Após o plantio da teca, feito em geral no espaçamento de 3 em 3 metros, por volta dos 4 a 5 anos é feito o primeiro desbaste (limpeza dos troncos menores para desenvolver os mais fortes). O corte ou produção industrial é realizado a partir do oitavo ano. A teca é originária da Índia e o o eucalipto da Austrália.

A atividade de base florestal em Mato Grosso atinge cerca de 50 municípios. O diretor executivo do Centro de Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem), Júlio Bachega, defende a produção de madeira manejada como um freio à agropecuária na floresta amazônica. "O Cipem defende o fim da pecuária e da agricultura na floresta".

No mercado há 30 anos, o sócio-proprietário da SM Laminados, de Várzea Grande, César Masson, identifica que "a China tem capacidade de comprar 70% da produção do setor madeireiro de Mato Grosso". A projeção entre laminados é de crescer 10% este ano.

Atualmente, avalia, opera com a metade da sua planta, porque a liberação do documento de manejo florestal é demorado. No passado, o prazo para tal era um ano, tempo que foi reduzido para 4 meses.





Fonte: A Gazeta

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