Problemas Odontológicos: Crianças têm tratamento especial
Crianças de 5 anos que passaram por acompanhamento odontológico antes mesmo de completarem um ano vida têm 90% menos cárie do que outra criança da mesma idade que não teve a intervenção precoce. Outras pesquisas também apontam que, no Brasil, tem acontecido a polarização da cárie, ou seja, a doença diminuiu significativamente, restringindo se a 20% da população. Porém, ela se mantém elevada (80%) entre esse público, composto na sua maioria por pessoas de baixa renda ou que possuem algum tipo de deficiência.
Com o olhar voltado para essas pesquisas, o Centro Estadual de Odontologia para Pacientes Especiais (Ceope) criou o projeto Bebê Clínica Especial, que irá atender, a partir de março, crianças de 0 a 5 anos com algum tipo de deficiência. Também estão inclusos no atendimento crianças com câncer, anemia falciforme, hiperatividade e outras doenças. O projeto, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), já está funcionando, pois todos os equipamentos necessários foram adquiridos e os futuros pacientes estão sendo cadastrados. Nesta primeira etapa 130 crianças serão atendidas.
Segundo a coordenadora do projeto, Diuriane Caroline Campos França, a necessidade de criar um programa direcionado aos pequenos até 5 anos foi percebida depois que os profissionais do Ceope observaram que o paciente adulto está chegando ao Centro com complexos problemas do aparelho bucal. Dessa forma, o objetivo do programa Bebê Clínica Especial é trabalhar na prevenção e diminuir a demanda de tratamentos curativos complexos.
O odontopediatra Evaristo Volpato lembra que os pacientes com algum tipo de deficiência têm mais dificuldade de acesso ao tratamento bucal. "Nem todos os profissionais e clínicas estão capacitados e preparados para trabalhar com essas pessoas".
Volpato ainda acrescenta que atuar na prevenção é uma das melhores maneiras para mudar a abordagem da saúde e a imagem que a criança tem do consultório odontológico. "Não queremos mais que a criança associe a clínica odontológica com coisas chatas como anestesia. Trabalhar na prevenção ajuda o bebê a se habituar com a higiene bucal".
A coordenadora também ressalta que com o financiamento de R$ 24,7 mil da Fapemat foi possível adquirir diferentes equipamentos que facilitarão o atendimento aos pequenos. Entre eles, macas adaptadas para bebês, equipamento para tratar aftas e machucaduras e escovódromos móveis, que facilitam a orientação dos pacientes mirins e podem ser levados às escolas para atender a clientela infantil de maneira fácil e divertida.
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