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Internacional
Domingo - 28 de Fevereiro de 2010 às 01:43

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O último dia do coronel Luiz Fernando de Aguiar no Chile, depois de trabalhar por dois anos como adido aeronáutico na Embaixada Brasileira, ficará marcado pelo terremoto de 8,8 graus na escala Richter que atingiu o país na madrugada de sábado. Ele estava no quinto andar de um hotel na capital chilena e viu tudo caindo dentro do apartamento.

"Na hora do terremoto, ficou difícil a gente se manter em pé", disse Aguiar, que apanhou os pertences e foi para o aeroporto tentar embarcar pela manhã. Chegando lá, ficou sabendo que os voos haviam sido cancelados.

Aguiar é um dos brasileiros que devem embarcar em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), com previsão de chegada para a manhã de domingo. O novo adido da aeronáutica, coronel Celestino Todesco, também presenciou os cerca de 60 segundos de tremor. "A sensação era como se estivéssemos sendo colocados em um liquidificador. Balançava tanto dos lados como de baixo para cima", disse.

Todesco estava no nono andar de um prédio de 12 e desceu com a mulher pela escada. "Nós seguimos os procedimentos de emergência previstos para esta situação".

Tragédia no Chile
Centenas de pessoas morreram após o terremoto de 8,8 graus na escala Richter registrado na madrugada de sábado (27) no Chile. A contagem de corpos pode passar de 300, e o número de afetados, de 2 milhões, segundo o governo. A presidente Michelle Bachelet declarou "estado de catástrofe" no país.

O tremor teve epicentro no mar, a 59,4 km de profundidade, na região de Maule, no centro do país e a 300 km ao sul da capital, Santiago. Por isso, foi enviado um alerta de tsunami ao chile, Peru e Equador. Segundo fontes oficiais, o terremoto aconteceu às 3h26 pelo horário local (mesmo horário em Brasília). O número de vítimas mortais e de feridos pode aumentar.

Efeitos do estrago
Os danos materiais do terremoto ainda estão sendo avaliados. O muro de uma prisão veio abaixo com o abalo sísmico, o que causou a fuga de mais de 200 detentos na cidade de Chillán, a 401 quilômetros de Santiago. O aeroporto internacional de Santiago foi fechado devido a alguns danos em suas instalações, e várias pontes ficaram danificadas. A luz e o serviço de telecomunicações estão cortadas na região metropolitana e em Valparaíso foram registrados danos internos em edifícios. Os bombeiros correm as ruas de Santiago com megafones dando instruções à população.

Em alguns lugares, falta água potável. Pelo menos três hospitais na capital desabaram e na cidade de Concepción, cerca de 400 km ao sul de Santiago, o edifício do governo local desmoronou e pacientes estavam sendo transferidos dos hospitais, segundo rádios chilenas.

Mais forte que no Haiti
O movimento sísmico, muito mais poderoso que o mortífero terremoto que devastou o Haiti em janeiro, também causou pânico no popular balneário de Viña del Mar. De manhã, policiais e bombeiros percorriam as ruas em distintas cidades do país para verificar a magnitude dos danos e socorrer vítimas.

O terremoto ocorreu poucos dias antes de completar 25 anos do sismo que causou centenas de vítimas e destruiu várias localidades no litoral central do Chile, em 3 de março de 1985.






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