PF ajudará a investigar assassinato de secretário no RS
O delegado Ranolfo Vieira Junior, diretor do Departamento de Investigações Criminais (Deic), afirmou neste sábado que a Polícia Civil já começou a, informalmente, trocar informações com a Polícia Federal sobre a morte do secretário de Saúde de Porto Alegre, Eliseu Santos (PTB), morto a tiros na noite de sexta-feira, na zona norte da capital gaúcha. Ainda sem descartar as hipóteses de homicídio encomendado ou latrocínio, a polícia espera reunir dados da PF e do Ministério Público Federal (MPF) já na segunda-feira.
O secretário teria prestado depoimento recentemente sobre uma denúncia de desvio de dinheiro público no Instituto Sollus, grupo contratado para prestar serviços ao Programa da Saúde da Família (PSF) na capital gaúcha. O diretor do Deic disse que as investigações não sofrem pressão política. "Não estamos sofrendo qualquer tipo de pressão política. Pelo contrário, estamos tendo o apoio de todas as bandeiras, de todos os órgãos", disse.
Vieira Júnior e o delegado Bolívar Lantada, da delegacia de Homicídios, detalharam, em entrevista coletiva, a "dinâmica do crime". Segundo eles, o secretário foi atingido por dois tiros: um no tornozelo direito e outro no coração. Esse segundo disparo acabou atingindo o fígado, já que os criminosos agiram de uma parte mais elevada da rua.
Até agora, dez testemunhas foram ouvidas, entre elas a mulher de Santos. Segundo os relatos, o secretário trocou tiros com dois homens que desceram de um Astra ou um Vectra prata, sendo que pelo menos um dos bandidos foi atingido. Uma terceira pessoa esperava pelos criminosos dentro do veículo.
Apesar de não descartarem nenhuma hipótese, os investigadores acreditam que, caso o assassinato tenha sido encomendado, os bandidos agiram de maneira amadora. "(No caso de homicídio encomendado) Vai ter um planejamento, vai ter uma execução, e aí começa a se vislumbrar algumas falhas. Dois disparos acertam um no tornozelo direito e outro no coração. Que matador é esse?", disse Ranolfo Vieira Junior. "Dentro do planejamento do (matador) profissional, aquele seria o melhor momento para agir? Eu respondo, com toda a certeza, que não", afirmou.
Provas
Uma mancha de sangue encontrada na cena do crime, que seria de um dos suspeitos, passará por um mapeamento genético. "No momento em que nós tivermos o suspeito, nós temos a prova técnica e irrefutável da presença dele na cena do crime", disse o delegado Bolívar Lantada.
Segundo a polícia, várias pessoas baleadas deram entrada em hospitais de Porto Alegre, mas nenhuma delas foram identificadas como suspeitas de cometer o crime.
Os investigadores também vão analisar as imagens de mais de 20 câmeras de segurança, que serão confrontadas com depoimentos de testemunhas.
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