Justiça colombiana impede Uribe de tentar 3º mandato, diz jornal
O jornal "El Tiempo", um dos mais importantes da Colômbia, informou hoje em seu site que a Corte Constitucional do país vetou, por 7 votos a 2, a realização de um referendo que poderia permitir ao presidente Álvaro Uribe, no poder desde 2002, concorrer ao terceiro mandato.
O diário cita como fonte da informação um membro do tribunal, que durante todo o dia esteve reunido para debater a proposta que convocaria a consulta. No início do mês, detalhes sobre o parecer do relator do caso, o juiz Humberto Sierra Porto, vazaram e foram divulgados pela imprensa colombiana.
De acordo com o entendimento do magistrado, irregularidades verificadas no trâmite da proposta, que surgiu de um abaixo-assinado e foi levada à votação no Congresso, tornariam impossível a sua aprovação.
Dentre os "vícios" observados, segundo outro jornal local, o "El Espectador", teriam pesado especialmente a violação dos limites permitidos para o financiamento de uma campanha favorável ao abaixo-assinado e a aprovação do projeto na Câmara dos Deputados sem contar com a devida certificação das autoridades eleitorais.
Além disso, foram citadas a convocação de sessões extras na Câmara sem que um aviso prévio fosse publicado no "Diário Oficial" --e fora de períodos de recesso-- e a mudança da pergunta que seria levada à consulta --originalmente, a proposta seria que Uribe pudesse tentar o terceiro mandato em 2014, e não em 2010--, o que ocorreu no Senado.
Agora, com Uribe e seu favoritismo fora da disputa, a Colômbia deve ter um dos processos eleitorais mais equilibrados de sua história recente. O primeiro turno está marcado para o dia 30 de maio.
No momento, há sete postulantes ao cargo, e os mais bem cotados são o ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos, bastante próximo do presidente, e o ex-prefeito de Medellín Sergio Fajardo.
Uribe, que já havia se beneficiado de uma mudança constitucional para obter o segundo mandato, em 2006, nunca assumiu publicamente o desejo de ficar no cargo por mais quatro anos, mas em várias ocasiões defendeu a continuidade de sua política de "segurança democrática", empregada no combate ao tráfico de drogas e às guerrilhas.
Comentários