Aeronave fez voo considerado irregular pela Anac, pois não apresentou relatório do acidente de terça-feira; piloto pode ter registro cassado
Avião volta apresentar problema no trem de pouso
O avião bimotor Bandeirante, que sofreu um acidente no início desta semana no aeroporto Marechal Rondon, decolou ontem 5h30 para Aripuanã (1.002 km a noroeste de Cuiabá) e apresentou o mesmo problema no trem de pouso. Um dos indícios para o dano é a falta de inspeção pela Força Aérea Brasileira (FAB), que não sabia sobre o acidente porque não recebeu o relatório de dano da empresa proprietária.
Ao pousar no aeroporto de Aripuanã, o piloto e a empresa Gensa (proprietária da aeronave) desrespeitaram a norma aérea, já que o primeiro acidente deveria ser relatado, o veículo inspecionado, a avaria consertada e o Centro de Informação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da FAB autorizado um novo voo.
Segundo informações da assessoria de comunicação da Agência Nacional de Avião Civil (Anac) em Brasília, o piloto e o registro da aeronave poderão ser suspensos.
A própria assessoria da agência informou na quarta-feira (24) que o relatório iria estar pronto ontem, tempo padrão de inspeção. Mas como passou mais de 1 dia e o documento não foi enviado, os militares do Cenipa acusaram o não envio.
Um funcionário de uma empresa de táxi aéreo, que não quis se identificar, informou que no interior do Estado ocorrem acidentes, mas que não é possível precisar a quantidade porque não há fiscalização. "O próprio piloto que faz o relatório. Ele não fará um documento que arranhe a imagem dele".
O primeiro acidente com a aeronave foi no final da tarde de terça-feira (23). O avião, com 15 passageiros (incluindo uma equipe de A Gazeta), ficou cerca de 2 horas no local e provocou o atraso de 3 aeronaves. Outros 5 de pequeno porte não pousaram.
Outro lado - O proprietário da Gensa, com sede em Campo Grande e que não quis se identificar, foi procurado pela reportagem até o fechamento desta edição e não foi localizado. Em entrevista essa semana, ele não quis comentar sobre o caso. A aeronave é fretada para empresas de táxi aéreo e, até então, não possuía nenhum problema com o registro de aeronavegabilidade.
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