Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Quinta - 25 de Fevereiro de 2010 às 22:34
Por: Márcio Falcão

    Imprimir


A defesa do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), vai recorrer à Justiça para tentar restabelecer melhores condições para o ex-democrata na prisão. Segundo o advogado Nélio Machado, Arruda precisa passar por uma avaliação do médico particular da família e reclamou de não ter conseguido assistir à final do primeiro turno do Campeonato Carioca no último domingo.

Machado disse que Arruda, que é botafoguense, não foi autorizado a assistir a conquista da Taça Guanabara pelo Botafogo, que venceu o Vasco por 2 x 0. Arruda foi transferido na semana passada para uma sala de dez metros quadrados, com um beliche e sem banheiro privativo.

"Já se nota que essa prisão é desnecessária, que ela é vexatória. Ele está em uma cela em que a ele nada se concede. Ele, por exemplo, é botafoguense, tentou assistir à final do campeonato e não pôde. Tem uma televisão contígua, os policiais podem ver e ele não. Ele não está punido, porque não foi julgado", disse.

Quando foi preso no dia 11 por determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça), o governador afastado foi levado para uma sala de 40 metros quadrados na Superintendência da Polícia Federal, com ar condicionado, cama e banheiro.

O advogado afirmou que Arruda teve ontem crise de pressão baixa, mas não conseguiu ser atendido pelo médico da família. "Nós pedimos que o médico particular dele o examinasse, porque ele tem tido queda de pressão. O delegado disse que basta a médica da polícia, ou seja, nega-se a ele o direito a um médico privado, todos nós temos o médico da nossa confiança", afirmou.

Para o advogado, uma possível negligência da Polícia Federal pode ser questionada no futuro. "Então esse tratamento que eu considero não compatível com a situação dele é algo que efetivamente vai me obrigar a postular perante o Poder Judiciário que se alterem essas situações todas que não são justas, não são corretas e representam um risco. Imaginemos que ele tem um problema de saúde sério e daí advenha um problema de saúde maior, quem vai assumir o risco?", questionou.

O advogado afirmou que, no momento, ainda não vai pleitear uma prisão domiciliar porque está confiante de que o STF (Supremo Tribunal Federal) ao analisar o habeas corpus vai restabelecer a liberdade de Arruda. O pedido de liberdade deve ser analisado na semana que vem.

"Acredito que vai ser julgado na próxima quinta-feira. É uma estimativa, quem marca não sou eu, mas é uma esperança. Estou lutando pela liberdade plena, não estou cogitando domiciliar", disse.

Machado afirmou que ainda não tem previsão de quando a defesa vai oficializar a carta de Arruda com o compromisso de não voltar ao governo caso seja liberado pelo STF.

"O pedido de licença é uma decisão tomada por mim, em conjunto com ele. Não há carta pronta nenhuma, mas já existe intenção. A palavra vale mais do que a carta e no momento oportuno se terá o documento correspondente a esse compromisso que a defesa está assumindo", afirmou.

Segundo o advogado, Arruda só volta ao governo se for inocentado. "O governador está preocupado não com a volta ao cargo, mas com a sua família, sua dignidade, sua honra, o legado que ele deixa pela administração que fez até agora e espera ter a oportunidade de concluir, ainda que seja no apagar das luzes, o que fez em prol da pop do DF. Pode [voltar], mas não o fará senão com o esgotamento da investigação", disse.

A reportagem não conseguiu localizar um assessor da PF para comentar as declarações do advogado de Arruda.






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/141682/visualizar/