Jayme diz que aceita até ser vice de Wilson para não perder as eleições

Com discurso populista o senador Jayme Campos (DEM) “detonou” o governo Blairo Maggi (PR), reelembrou o pacto com o prefeito da Capital Wilson Santos (PSDB) e até admite ser vice do tucano caso o prefeito cuiabano seja apontado pelas pesquisas como favorito dos eleitores ao Paiaguás. “Isso pode ser discutido. Faço qualquer coisa para ganhar dessa turma”, declarou o senador, ao ser perguntado se aceitaria ser vice do tucano em uma espécie de “chapa imbatível”. Minutos depois, o cacique do DEM declarou que o assunto tem que ser amplamente discutido porque o posto de vice pode ser oferecido a outros partidos. Tentando amenizar a declaração, ressaltou que as chances de ser vice de Wilson existem, mas não são grandes.

Nos bastidores o ex-senador Antero Paes de Barros trabalharia a proposta de que Wilson e Jayme devam disputar como candidato ao governo e a vice, tendo como cabeça de chapa aquele que estiver melhor nas pesquisas encomendadas pelas siglas. O resultado da aferição deve sair entre 10 e 15 de março. Wilson, por sua vez, nega a discussão e reitera que só deixa a Prefeitura de Cuiabá se for disputar o Paiaguás. De todo modo, o evento que contou com a participação de mais de 700 pessoas foi um termômetro do que deve ocorrer nos próximos meses.

Sem papas na língua, Jayme não poupou críticas ao governo. Ironizou, por exemplo a redução do imposto do gás de cozinha de 5%. “Então somente a seis meses do seu governo acabar, ele (Maggi) percebeu que o imposto é alto e prejudica a dona de casa?”, discursou o democrata, que na mesma linha questionou o fato de Maggi ter comprado 705 máquinas para equipar os 141 municípios apenas meses antes de deixar o Paiaguás. “Entregar as máquinas, mas este governo não vai pagar a dívida. Ele deixou tudo para o próximo governo pagar” disparou Jayme, que não perdeu a oportunidade de alfinetar ainda mais a turma da “botina”. “Se eu for candidato e for eleito vou rasgar aquela cerca do Palácio Paiaguás e as senhas necessárias para entrar no governo. Aquele prédio é do povo”, afirmou sob aplausos dos militantes democratas.

Acordo

Por diversas vezes o senador lembrou, em seu discurso, o acordo feito com o prefeito da Capital para definir qual dos dois será o candidato da aliança. Empolgado, ele disse que o grupo é tão forte que, com base nas pesquisas, se somar as intenções de voto dele e de Wilson a coligação tem 60%. Disse que se for a vontade de Deus e do povo, será candidato, mas também fez um pedido aos filiados do DEM: “Quero fazer um apelo a vocês. Caso Wilson esteja melhor nas pesquisas temos que apoiá-lo. É uma questão de sobrevivência política”, discursou Jayme. O pedido de apoio é necessário porque há uma ala do DEM que ainda resiste em apoiar o tucano. O democrata e Wilson aguardam agora o resultado das pesquisas que começaram a ser feitas nesta quinta (25) pelos institutos Vox Populi e Ibope.