Ação do acusado parecia ser premeditada. Ele veio do MS para ver a ex-mulher, prendeu-a no quarto, matou, ‘embrulhou’ e jogou perfume para disfarçar odor
Barbárie: Estudante é morta a machadada pelo ‘ex’

A estudante Rayane Luzia Pereira da Silva, de 19 anos, foi assassinada pelo ex-marido com quatro machadadas. Os golpes atingiram a cabeça e o tórax. Em seguida, o ex-marido, o jovem Vanderlei Reis Delgado, de 28, embrulhou o cadáver num cobertor e o escondeu embaixo da cama. Para disfarçar, jogou perfume em cima do corpo da estudante.

O crime passional (motivado por paixão) ocorreu anteontem à tarde, numa chácara da região do Cinturão Verde, em Cuiabá, mas a mãe da estudante, a professora Regina Maria de Melo, só descobriu ontem de manhã.

Testemunhas viram, no dia do crime, por volta das 10 horas, a chegada de um táxi onde Vanderlei embarcou. Policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) acreditam que ele tenha voltado para Mato Grosso do Sul, assim que assassinou a ex-esposa. O machado usado do crime foi deixado do lado de fora da casa e familiares não desconfiaram.

Segundo a família da estudante, o casal morava em Campo Grande (MS) há dois anos, mas Rayane resolveu se separar porque o marido era ciumento e ela chegou a registrar queixa na Delegacia da Mulher da cidade. “Em dezembro, ela veio para Cuiabá para meu aniversário e resolveu ficar. O marido dela sempre veio visitá-la, mas ela não quis reconciliar”, explicou a avó.

Na semana do Carnaval, Vanderlei esteve em Cuiabá para visitar a ex-mulher. Ele ficou com Rayane na casa onde ela morava com o irmão, a mãe e o padrasto. A estudante foi dormir com o ex-marido num quarto.

Anteontem, a mãe saiu para trabalhar numa escola da rede municipal de ensino no bairro e viu que o quarto estava fechado. Ao sentir um aroma perfumado, acreditou que o casal estivesse dormindo. No retorno, no final da tarde, também não desconfiou. Ela foi informada que Vanderlei tinha viajado e acreditou ser normal, pois já tinha ficado mais de uma semana.

“Hoje de manhã, o cheiro estava forte. Então vi minha filha morta embaixo da cama”, relatou, muito emocionada. Ela teve que ser amparada por familiares. O assassinato mobilizou toda a família. Primos e tios estavam revoltados. Somente um deles tinha a foto do suspeito.

Ontem de manhã, peritos do Instituto de Criminalística estiveram no local para fazer o trabalho de perícia. Eles localizaram o machado sujo de sangue num canto da área da casa. O delegado André Renato Gonçalves, de plantão na DHPP, apreendeu o machado e anexou ao inquérito.