Quantitativo diz respeito a 4 municípios do interior, a Capital e a VG. Santo Antônio não informou números. Porém, Defesa diz que rios estão baixando
MT tem 56 mil atingidos pelas chuvas
Mais de 56 mil pessoas foram atingidas pelos recentes alagamentos ocorridos em Mato Grosso, anunciou ontem a Defesa Civil Estadual em seu boletim. O número é a soma das populações atingidas direta ou indiretamente pelas águas em Comodoro, Peixoto de Azevedo, Barra do Bugres, Juara, Cáceres e Várzea Grande, sendo que os quatro primeiros municípios decretaram situação de emergência. Entretanto, embora o número e os decretos chamem a atenção, a Defesa Civil aponta que o panorama das águas no Estado está se estabilizando.
“Estamos voltando à normalidade”, comenta o major Agnaldo Pereira, superintendente da Defesa Civil, que também pondera a situação dos rios. Ontem, o Paraguai (em Cáceres) e o Cuiabá (em Barão de Melgaço) estavam em níveis acima e igual às respectivas cotas de alerta, mas Pereira amenizou afirmando que não há quaisquer novos danos em áreas urbanas. Nestas cidades, o rio Paraguai encontrava-se com 5,57 metros (17 centímetros acima da cota de alerta) e o Cuiabá estava exatamente em sua cota, de 6,8 metros.
O maior número de pessoas atingidas foi registrado pelo município de Juara (a 709 quilômetros de Cuiabá, com 25 mil afetados). Já em Cáceres, foram 15 mil, quatro mil acima do registrado em Peixoto de Azevedo. O município de Santo Antônio de Leverger, que também sofreu de forma emblemática com os alagamentos, ainda não repassou seus números à Defesa Civil. Sobre os dados, Pereira explicou que o contingente reúne também os que foram afetados indiretamente. Um exemplo dessa situação é quando uma ponte se danifica de modo a comprometer o acesso a determinada região; aí, todos os moradores do local são considerados atingidos.
Além disso, Pereira observa que, do total de atingidos, os desabrigados constituem uma porção mínima, que ele estimaria em cerca de 400 pessoas apenas. “Muitas vezes acontece de a casa do sujeito ser alagada, mas de um tanto que ele mesmo não chega a abandonar o local. Aí, ele não é considerado desabrigado”, exemplifica. Porém, ele frisa que o trabalho de apoio nos municípios alagados ainda não acabou.
Na Capital, o rio Cuiabá ontem estava em apenas 3,46 metros, longe da cota de alerta (8,5m), segundo o coordenador da Defesa Civil municipal, José Pedro Zanetti. No entanto, ele informa que a situação de áreas afetadas como a rua SD (conhecida como “rua do cachorro sentado), na beira do córrego do Barbado, será devidamente analisada hoje.
De lá, 17 famílias desabrigadas foram levadas pela prefeitura ao ginásio do Dom Aquino, mas se recusam a sair do ginásio até que o município entregue as casas populares que prometeu já há tempos. Segundo o secretário de Habitação, João Emanuel, independente da análise da Defesa Civil, todas as famílias estão num cadastro prioritário para atendimento emergencial por meio do Programa Habitacional de Eco-Moradias desenvolvido em parceria com o Poder Judiciário.
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