Chuvas constantes tem feito com que ferrugem asiática se alastre pelas lavouras trazendo sérias perdas
Safra 2009/2010: Produtores de MT têm prejuízos
Produtores de Mato Grosso calculam prejuízos com a desvalorização no preço da saca de soja e estimam pedir subsídio do governo federal para garantir o preço mínimo na comercialização do grão. Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), Glauber Silveira, a expectativa para o setor neste ano está relacionada às constantes perdas no campo, provocadas pelo excesso de chuvas e pela proliferação da ferrugem asiática. O produtor destaca ainda que a queda no preço da oleaginosa, incentivada pelo aquecimento do mercado internacional, pode contribuir para o desempenho negativo da cultura este ano. "Tudo indica que não teremos um bom ano para a soja em Mato Grosso".
O presidente da Aprosoja afirma que a dívida acumulada na atividade, em investimentos e produção, chega a R$ 1,5 mil por hectare. Essa situação, segundo ele, pode piorar com a tendência de baixa renda prevista para 2010. "Com o preço da saca em decadência teremos que pedir apoio do governo para a comercialização". Silveira ainda afirma que algumas regiões já necessitam do subsídio federal. "No município de Sinop, por exemplo, a saca custa R$ 25, preço que não permite investimentos, somente cobre custo de produção".
O último levantamento do Instituto de Economia Agropecuária (Imea) mostra que a soja, em Mato Grosso, já acumula 15% de desvalorização mensal nas 13 cidades acompanhadas pela entidade. Em Rondonópolis, polo industrial do setor, a saca de soja fechou a semana passada cotada a R$ 30,70, valor que é 28% inferior ao registrado há exato um ano, período em que o produtor custava R$ 43.
Paralelo ao desempenho econômico da soja, a colheita do grão atinge 395 mil hectares no Estado. Volume que poderia ser maior se não fosse a chuva constante. Com a demora da colheita, o produtor já lamenta as perdas no campo. "É desesperador. A lavoura está passando do tempo para ser colhida", desabafa o presidente da Aprosoja, que afirma ainda não ter número para indicar o total de prejuízos estimados para esta safra.
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