Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Segunda - 22 de Fevereiro de 2010 às 15:02

    Imprimir


Um estudo inédito da Serasa Experian revela que o universo da telefonia celular pós-paga no País cresceria mais de 100% com a implantação do Cadastro Positivo, passando dos atuais 17,4% para 36,1% dos usuários. Isso porque, hoje, a avaliação vigente da capacidade de crédito do consumidor no País é limitada, o que restringe o acesso à telefonia pós-paga. O Cadastro Positivo possibilitaria que muitos clientes pré-pagos migrassem, obtendo melhor relação custo benefício.
 
O perfil da telefonia pós-paga no Brasil poderia ganhar índices de primeiro mundo com a implantação do Cadastro Positivo, segundo a última pesquisa da Serasa Experian sobre o impacto do uso dessa ferramenta para análise de crédito em Telecom. Hoje, no Brasil, menos de 20% da base de clientes são pós-pagos. No mundo, a média é de 40%. E, de modo geral, o minuto na telefonia pré-paga é mais caro que na pós-paga. No País, boa parte dos consumidores de telefonia pré-paga recorreu a essa modalidade porque obteve reprovação de crédito junto às companhias, pois as operadoras não ainda não têm informações suficientes para avaliar, com precisão, a capacidade de endividamento e pagamento desses consumidores. Mas o Cadastro Positivo muda este cenário.
 
Segundo as empresas de telefonia, 143,6 milhões de clientes utilizam os serviços de telefonia celular pré-paga contra apenas 30,3 milhões com aparelhos pós-pagos. “A regulamentação do Cadastro Positivo promoveria uma reacomodação deste cenário e o sistema pós-pago ficaria com 61,1 milhões de usuários, um ganho de 101,3%. É um crescimento que nenhuma ação de marketing sozinha alcançaria”, exemplifica o presidente da Serasa Experian, Ricardo Loureiro.

O mapa da telefonia celular nas regiões Norte e Nordeste seria o mais modificado com a implantação do Cadastro Positivo. Os atuais consumidores de telefones pós-pagos nos estados do Norte somam pouco mais de 1 milhão de usuários. Este número quadruplicaria, chegando a 4,134 milhões. Já no Nordeste, o grupo de clientes pós-pagos hoje totaliza 4,112 milhões. Mas o uso da nova ferramenta para análise de crédito aponta para uma expansão que triplicaria este universo, chegando a 13,120 milhões de consumidores com acesso ao serviço pós-pago. 
 
O estudo ainda aponta que o celular é uma ferramenta para trabalhadores informais, como pedreiros, domésticas, encanadores e microempreendedores. Segundo Loureiro, a migração dos consumidores para o sistema pós-pago é positiva para as operadoras. “Até então, as empresas apenas disputavam entre si para angariar novos clientes e não possuíam meios para redistribuir a base atual”, diz o executivo da Serasa Experian. “Mas o Cadastro Positivo poderá promover essas mudanças, com qualidade nas receitas das operadoras e nos serviços oferecidos ao cidadão”.
 
Inclusão telefônica – As operadoras de telefonia celular no Brasil poderão baratear a oferta de celulares à população de baixa renda à medida em que terão mecanismos seguros para ampliarem qualitativamente a sua base de clientes. Da mesma forma, o acesso à banda larga também tende a ser popularizado. “Para efetivar este vínculo entre esta parcela da sociedade e os benefícios de Telecom, a ponte é o Cadastro Positivo, que define segurança e bons resultados para os negócios e inclusão digital para os brasileiros”, afirma Loureiro.
 
O Cadastro Positivo no mercado de Telecom também reverteria em dividendos para a economia do País. Dados do Banco Mundial apontam que a cada 10 pontos de aumento ao acesso à banda larga em um país, há um acréscimo de 1,3% no PIB, por conta dos impactos sociais e econômicos da tecnologia.

Cadastro Positivo – O cadastro positivo é uma metodologia moderna de conceder crédito, na qual é analisado todo o histórico de endividamento do cidadão e a forma como ele paga suas dívidas contraídas com os bancos, com as empresas do comércio e com as de serviços (luz, água, telefone, gás). Avalia também os compromissos assumidos ainda a vencer com essas empresas. Portanto, são valorizados os fatos positivos, os pagamentos honrados e não somente as eventuais dívidas não pagas que, atualmente, no Brasil, são superdimensionadas.





Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/142143/visualizar/