Abicalil alfineta grupo de Serys e nega sufocá-la na disputa interna
O deputado federal Carlos Abicalil nega que esteja patrolando a senadora Serys Marly internamente para ganhar a indicação do partido à senatória. Ele diz não entender porque o grupo dela enfatiza, em entrevistas à imprensa, que é sufocado na disputa interna. Abicalil alfineta Serys ao falar que no PT não existe candidatura hereditária ou capitaneada. Ele lembra que em 2006 a senadora presidia o PT e emplacou internamente a candidatura dela ao governo, que acabou não tendo obtendo êxito. “Naquela ocasião eu já era a favor de apoiarmos a candidatura de Blairo Maggi à reeleição, mas fui vencido pela maioria. Mesmo assim não disse que estava sendo sufocando ou patrolado”, disparou Abicalil, atual presidente do PT em Mato Grosso, em entrevista ao programa Cidade Independente, da Rádio Cidade, apresentado por Edivaldo Ribeiro nesta segunda (22).
Ele reconhece que a disputa interna é acirrada, mas pondera que o diálogo interno é importante para fortalecer a sigla. “Assumo com serenidade esta disputa e coloquei meu nome à disposição com base em resultado de pesquisas eleitorais que me apontam com maior facilidade para chegar ao Senado”. Ele aproveita para insinuar que Serys não terá condições de se reeleger. “Não podemos fragilizar a representação do partido no novo governo federal”, cutuca.
Apesar de botar fogo na lenha, Abicalil tanta apaziguar. Segundo ele, Serys pode disputar uma vaga na Câmara Federal, junto com o secretário estadual de Educação, Ságuas Moraes, deputado estadual licenciado. Segundo Abicalil, a parlamentar tem contribuído com o partido nos últimos 19 anos e continua sendo uma peça importante.
Mesmo diante do clima de “racha”, o presidente da legenda rechaça a possibilidade do diretório nacional intervir no Estado. “Sou contrário a isso, temos conseguido nos entender aqui sem intervenção. Não quero que isso ocorra, se depender de mim não acontecerá”, enfatiza.
Rito de definição
No próximo dia 5 de março o diretório nacional definirá o método de escolha interna no caso dos Estados onde há embates entre pré-candidatos. Entre as possibilidades está a realização de um Encontro Estadual até 11 de abril, pesquisa qualitativa e quantitativa ou prévias internas do partido. Além de definir se Serys ou Abicalil será o candidato do PT ao Senado, o partido tem até 25 de março para optar por aderir ao projeto de candidatura própria, encabeçada por Silval Barbosa (PMDB), ou ao de Mauro Mendes (PSB).
Abicalil ressalta que nada foi definido por enquanto, mas nos bastidores confirma-se que há uma pré-disposição maior para o grupo de Silval. Há uma ala, inclusive, que tenta convencer Mendes a ser vice do peemedebista. Por enquanto nada foi definido. “Até 11 de abril temos que ter planejado a nossa estratégia no Estado e começamos a formular as listas de candidaturas”. A oficialização dos nomes acontece em 30 de junho, durante a convenção do partido.
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