Setor vem expandido nos últimos anos, e se mostra forte e promissor no que se refere à geração de empregos com carteira assinada
Várzea Grande se destaca como um polo comercial
O comércio de Várzea Grande é o segundo maior de Mato Grosso, perdendo apenas para Cuiabá. Com o fortalecimento da atividade, o município conseguiu aumentar em 45,26%, a geração de empregos neste ano em comparação com 2009. O destaque para esse setor várzea-grandense se deve à abertura de grandes redes varejistas, que desde o ano passado, têm investido na localidade, abocanhando o lugar das pequenas empresas que há anos dominavam a região. A concentração maior ocorre na avenida Couto Magalhães, principal corredor comercial da cidade, com uma extensão de quase 3 mil metros, que abriga cerca de 1,3 mil lojas de diversos segmentos. No local, empresas como a Romera e a Pernambucanas garantiram espaço e já fixaram endereço antes mesmo, de se instalarem na Capital.
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), comprovam a consolidação do setor comercial da cidade. Isso porque, com a inauguração de mais lojas, há mais oferta de trabalho. O saldo de empregos subiu de 517 vagas em janeiro de 2009, para 751 no mês passado. Mesmo considerando o número de demissões, que chegou a 613 neste ano contra 582 em 2009, o saldo de emprego ficou positivo em 138 vagas. Em janeiro do ano anterior, o déficit de emprego era de 65 postos de trabalho.
O setor ainda foi responsável pelo saldo geral de empregos em Várzea Grande, que conseguiu manter 141 trabalhadores empregados, levando em conta 1,730 mil admissões e 1,589 mil desligamentos. A explicação para a chegada de grandes empreendimentos, segundo o gerente da Romera, Macsoel Cruz Campos, está associada na facilidade de encontrar bons pontos comerciais em uma região que mostra tendência de crescimento. De acordo com ele, o potencial econômico de Várzea Grande começou a ser explorado pelas grandes empresas que aliam a localidade do município a expansão de cada negócio.
"Há uma clientela fiel tanto quanto da própria cidade como consumidores de Cuiabá vem fazer compras no município". O fato também é confirmado pelo gerente da Pernambucanas, Luiz Lima. Ele diz que 15% da sua carteira de clientes são de pessoas que residem na capital do Estado. Para ele, a característica principal do comércio de Várzea Grande que é conseguir proporcionar variedade de lojas em uma única região, faz crescer o número de consumidores a cada ano.
Preferência - A consumidora Elvira Aparecida Rosa, confirma. "Prefiro comprar em Várzea Grande porque é um lugar mais calmo, tenho onde estacionar e ainda encontro de tudo o que quero". Assim também consente a aposentada Sandra Regina. "Tudo é perto e não preciso enfrentar o trânsito para sair às compras", ressalta a consumidora. Já o vice-presidente da Federação do Comércio e Serviços de Mato Grosso (Fecomércio/MT), Roberto Peron, destaca que a concorrência do comércio várzea-grandense com o cuiabano é saudável. "Várzea Grande atende a um público específico que prefere comodidade em adquirir produtos e serviços, próximos do trabalho ou de casa". Além disso, Peron aponta o fortalecimento do comércio de bairro. "Na região do Cristo Rei há também uma infinidade de lojas dos mais diversos segmentos".
De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Várzea Grande, Jean Ibrahim Rassi, outro importante corredor comercial é avenida da Feb, onde se concentram todas as marcas de veículos disponíveis no mercado. "Várzea Grande está em pleno crescimento e mostra tendência de expansão do seu centro comercial", avalia ao ressaltar que ainda há lojas como a Americanas, Casas Bahia, City Lar, entre outras. Ele conta que a atividade no município começou entre a década de 70 a 80, em que o comércio era voltado para atender os serviços de garimpagem e pesqueira.
"As lojas que vendiam todo o tipo de material ainda possuem endereço fixo na avenida Couto Magalhães. Esses comércios são os mais antigos do município". O comerciante Cícero Galdino da Silva é prova da evolução comercial da cidade. Há cerca de 30 anos, ele trabalha em Várzea Grande, vendendo parafusos e ferramentas. Silva conta que na avenida Couto Magalhães haviam poucas lojas, mas que atendiam um mesmo público. "Vendíamos muito para os garimpeiros", lembra ele que diz não ter mais condições para manter atividade na região. "Os pequenos empresários perderam lugar para as grandes empresas. Não conseguimos oferecer as mesmas formas de pagamento para o consumidor que as grandes lojas proporcionam", diz ele acrescentando que a tributação alta também interfere no fechamento dos pequenos comércios.
Entrave - Para o presidente da CDL, a preocupação atual do setor que interfere no estímulo à comercialização dentro do município, está na inversão do trânsito da avenida Couto Magalhães. De acordo com ele, a reivindicação dos lojistas é que o fluxo de veículos seja invertido, rumo ao centro de Cuiabá, ao invés de ser direcionado para a avenida Júlio Campos, naquela cidade. Esse pedido, de acordo com a comerciante Clarice Luciano da Silva já é solicitado há cerca de 3 anos. Ela conta que diversas reuniões foram realizadas com governantes, mas que nada foi feito até agora.
A comerciante, que há 5 anos trabalha na região, ressalta que já perdeu muitas vendas porque os próprios consumidores de Várzea Grande preferem ir à Cuiabá. "O trânsito de pessoas para no terminal de ônibus. As pessoas só passam pelo centro da cidade quando já estão indo embora para a casa, no final do dia". Clarice afirma ainda que o futuro do comércio de Várzea Grande está aliado à mudança no sentido do trânsito na via.
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