Faturamento do setor de medicamentos genéricos cresceu 24% em 2009
Em 2009, as vendas de genéricos registraram crescimento de cerca de 20% em volume e de 24% em faturamento. Foram comercializados 330,9 milhões de unidades frente as 277,1 milhões no ano anterior. O setor movimentou R$ 4,5 bilhões no ano passado, e R$ 3,6 bilhões em 2008. A participação no marcado passou de 17% para 19,4%, em unidades e de 13,8% para 15,1% em dólares. As informações são do IMS Health, que audita o desempenho da indústria farmacêutica no mundo.
Apesar do progresso, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer para a popularização dos genéricos. Nos Estados Unidos, onde os genéricos têm mais de 20 anos de existência, a participação de mercado desses produtos é aproximadamente 60% em volume de vendas. O percentual é o mesmo na Alemanha e no Reino Unido.
"No Brasil, ainda prevalece a lógica do medicamento de marca. Em Belo Horizonte, 60% das receitas médicas são prescrições de remédios de marca. Leva-se tempo para mudar a cultura de médicos e até dos consumidores", ressalta o presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de Minas Gerais, Rilke Novato, que estima que o Brasil leve de cinco a 10 anos para atingir patamares de Estados Unidos e países da Europa.
Para Odnir Finotti, presidente da Pró Genéricos, esse processo poderia ser acelerado com campanhas publicitárias. "O governo deveria trabalhar mais para ampliar o uso de genéricos", destaca. Os genéricos são cópias de medicamentos inovadores cujas patentes já expiraram. Conforme determina a legislação, esses remédios só podem chegar ao consumidor depois de passar por testes de equivalência com os medicamentos de referência.
Os critérios técnicos exigidos para o registro dos genéricos no Brasil são semelhantes aos adotados por órgãos reguladores de países como Canadá, Estados Unidos, além da União Européia. A troca, portanto, pode ser recomendada pelo médico ou pelo farmacêutico, nos pontos de venda, com absoluta segurança para o consumidor. A indústria de genéricos pretende investir US$ 354 milhões no Brasil este ano. O país está em nono lugar no mercado farmacêutico mundial, com faturamento anual em torno de US$ 17 bilhões.
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