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Economia
Domingo - 21 de Fevereiro de 2010 às 07:36
Por: Renato Andrade e Leonardo Goy

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O fortalecimento da Eletrobrás não é uma preocupação para o setor privado. A ideia de reestruturar as finanças da estatal e dar condições para que possa ampliar seus investimentos conta até mesmo com boa receptividade de grupos como a Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage). "Acho legítimo o governo pretender que a Eletrobrás tenha, igual à Petrobras, uma força de vida e de investimentos", disse Flávio Neiva, presidente da entidade.

A faxina financeira que o governo vem promovendo na estatal desde o ano passado deve abrir espaço para que a empresa fortaleça sua presença tanto no mercado local, quanto externo. Para Neiva, a perspectiva de integração energética na América do Sul é um dos fatores que contribuem para a avaliação positiva sobre a recuperação da Eletrobras. César de Barros Pinto, diretor - executivo da Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia (Abrate), concorda que o processo de integração no continente é "inevitável", considerando os ganhos que podem ser obtidos e o próprio histórico de expansão do setor.

"Se a Eletrobras puder cumprir um papel importante nesse processo na América Latina será excelente". Para o presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales, o fortalecimento da Eletrobras é bem-vindo, mas pondera que os investimentos da companhia devem gerar valor à sociedade. Sales comentou ainda que em projetos de grandes usinas hidrelétricas, "que sofrem tantos obstáculos de natureza formal", como dificuldades no licenciamento ambiental e disputas na Justiça, "a participação minoritária de uma estatal, no atual estado do setor, pode ajudar no tratamento das questões". O presidente da Abrage reconhece que algumas empresas temem que o fortalecimento da Eletrobrás represente um aumento de poder da estatal no mercado doméstico. "Temos críticos que gostariam de estar sozinhos no mercado, mas olha a vitalidade dessa integração no leilão das usinas do rio Madeira e agora, talvez, em Belo Monte", ponderou Neiva.

"São empresas federais com outras extremamente privadas fumando o mesmo cachimbo". Uma das ressalvas feitas por uma fonte do setor, foi em relação à possibilidade da Eletrobrás entrar em mercados como o de transmissão de energia dos EUA, como já foi indicado pelo presidente da estatal, José Antônio Muniz. "Isso é uma barbaridade, uma megalomania", disse. Para essa fonte, energia elétrica não é armazenável e não conta com o mesmo tipo de mobilidade de transporte de uma commodity como o petróleo.






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