Em reunião, Mendes faz críticas a Maggi e pede apoio financeiro
O presidente da Federação das Indústrias do Estado, Mauro Mendes (PSB), fez uma reunião "quase secreta" com um grupo de 30 empresários na quinta à noite, numa sala na própria Fiemt. Ele anunciou a pretensão de concorrer ao governo estadual e disparou críticas à gestão Blairo Maggi, embora tivesse sustentado até agora que se considerado aliado do Palácio Paiaguás. Mendes bateu duro no que classificou de pesada carga tributária. Disse que a atuação gestão está matando o empresariado com a política tributária.
O empresário fez críticas também à área de segurança pública e apontou como muito graves as desigualdades regionais num estado com 141 municípios onde existem regiões, como no Araguaia, que sofrem com o Estado de abandono pelo poder público. Pelo visto, Mendes começa a se distanciar de vez do Paiaguás, principalmente de Maggi, pré-candidato a senador. O governador reclamou para assessores próximos sobre a posição dúbia do colega empresário. Acontece que Mendes havia garantido a ele que não deixaria o PR e, de última hora, pulou para o PSB. Depois, prometeu que não seria candidato à sucessão estadual e que iria apoiar o nome de Silval Barbosa. Suas declarações púbicas e em reuniões apontam o contrário, ou seja, que vai mesmo concorrer ao governo e numa frente de oposição.
Num determinado momento da reunião fechada nos fundo da Fiemt, Mauro Mendes surpreendeu a todos, quando pediu publicamente ajuda financeiro. Os empresários entenderam como espécie de ultimato. Entre empresários presentes estava o ex-prefeito de Cuiabá Anildo Lima Barros que, aos poucos, retoma sua rotina normal, após ficar preso por uma semana por conta do envolvimento em acusação de fraudes nas licitações das obras do PAC. O empreiteiro não arriscou fazer pronunciamento. Apenas ouviu o discurso de Mendes, que estava no PR e era tido como um dos principais aliados do governador Blairo Maggi.
Em 2008, Mendes concorreu e perdeu a Prefeitura de Cuiabá no segundo turno para o tucano Wilson Santos. Agora, dois anos depois, tenta viabilizar sua candidatura a governador por um bloco batizado de terceira via. Mendes aglutina oito partidos, entre eles a legenda na qual está filiada (PSB), PDT e PPS. Ele tenta superar divergências internas, inclusive com o próprio presidente regional da legenda socialista, deputado federal Valtenir Pereira que, no fundo, demonstra maior simpatia por uma aliança com o grupo da turma da botina em adesão ao nome de Silval Barbosa para governador, tudo para facilitar a sua reeleição à Câmara Federal.
Comentários