Decisão unânime foi tomada em assembleia geral da categoria e na segunda serão definidos quais setores terão alterações com a paralisação
Servidores do Hospital Júlio Müller aprovam greve
Quinhentos técnicos servidores do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM) vão entrar em greve dia 25 desse mês. A paralisação foi aprovada por unanimidade. Os técnicos iniciam segunda-feira (22) uma avaliação para saber quais os setores serão afetados. A coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Mato Grosso (Sintuf/MT), Ana Bernadete Nascimento, garante que a Unidade de Terapia Intensiva não vai parar.
As principais reivindicações são pelo retorno das 30 horas semanais de trabalho conquistadas na greve de 2007 e pelas eleições para os cargos de direção do hospital. De acordo com a coordenadora do Sintuf, na sexta-feira (12), os técnicos se reuniram com direção do hospital e a vice-reitoria da universidade, onde ficou acertado que os técnicos fariam uma jornada de trabalho de 36 horas semanais e uma comissão avaliaria a possibilidade de retornar à carga horária de 30h. "Nós aceitamos a proposta deles, mas agora a reitoria voltou atrás da decisão".
Na pauta da greve, os técnicos de diferentes áreas também reivindicam melhores condições de trabalho, contra a terceirização dos serviços, por concurso público e contra o assédio moral.
Histórico - A carga horária de 40h precisou ser retomada depois que a reitoria revogou a Portaria nº11, de fevereiro de 2008, que garantia aos técnicos 30h de trabalho. De acordo Ana Bernadete, os técnicos tentaram outras vezes negociar com a reitoria da UFMT mas as respostas foram negativas.
Os servidores reafirmam que a decisão de retornar às 40h semanais não vai solucionar o problema enfrentado pelo hospital desde que a Portaria n.º 918, de setembro de 2009, fixou o limite máximo de 6 mil horas/plantões para o funcionamento do HUJM.
De acordo com o comando de greve, muitos técnicos estão prestes a se aposentar e não suportam uma jornada de 40h. Segundo eles, com as escalas de trabalho que foram montadas os servidores sofrem muito desgaste.
Quando os servidores votaram pelo indicativo de greve, dia 10 de fevereiro, o vice-reitor da UFMT, Francisco Souto, argumentou que realidade do HUJM é muito diferente da vivida em 2007, quando a redução da carga horária não afetava o funcionamento. Para ele, a volta das 40h ameniza as dificuldades enfrentadas pelo hospital.
Outro lado - O superintendente do HUJM, José Carlos Amaral Filho, diz que lamenta a decisão e a falta de "compreensão" dos servidores. Ele nega que a reitoria e a diretoria do hospital entraram em acordo com os técnicos. O superintendente mantém o argumento de que o retorno às 40h aconteceu pelo fato de uma liminar na Justiça determinar a aplicação de uma multa de R$ 300 mil caso o hospital deixe de funcionar e afirma que qualquer negociação só será possível depois que o Ministério da Educação terminar o relatório da visita feita ao HUJM.
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