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Sexta - 19 de Fevereiro de 2010 às 04:31
Por: Caroline Rodrigues

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Meninas não serão separadas, pois risco é considerado muito grande, e família precisa de ajuda para levar bebês para SP
Meninas não serão separadas, pois risco é considerado muito grande, e família precisa de ajuda para levar bebês para SP

Na próxima segunda-feira (22) completa 1 mês do nascimento de 2 irmãs que são ligadas pelo abdome. Este é o segundo caso de gêmeos xifópagos, ou siameses, registrado em Mato Grosso. O primeiro aconteceu há 20 anos e as crianças morreram poucos dias após o parto. As meninas Kauany Aparecida e Keroly Joice já entraram para história da medicina estadual como as gêmeas siamesas com mais tempo de vida.

Elas dividem o fígado, ossos da bacia e intestino. Da cintura para cima, são duas crianças e, na parte inferior, elas tornam-se uma pessoa. As gêmeas estão internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário Júlio Müller e precisam fazer uma cirurgia no intestino para continuarem vivas. O procedimento não é para separação, que seria um risco muito grande.

O médico Paulo Leão, da Sociedade Mato-grossense de Obstetrícia, diz que nenhum dos irmãos xifópagos, nascidos no Brasil, chegaram a vida adulta, mas existem registros em outras partes do mundo. Ele argumenta que a cirurgia de separação é complicada porque poucos tem todos os órgãos independentes.

O especialista explica que os siameses são frutos de alterações genéticas. Durante a formação, a divisão do embrião não é completa e resulta na imperfeição.

A mãe, Selma Gonçalves, descobriu que as filhas estavam coladas no 6º mês de gestação. Ela mora em um sítio em Vale do São Domingos (491 km a oeste de Cuiabá) e o médico da cidade falou para ela procurar um especialista porque o parto era arriscado e poderia precisar de uma UTI.

Selma veio para Cuiabá com ajuda de políticos da região e foi encaminhada para o hospital, onde fez o parto aos 8 meses. Ela disse que não aguentava mais as dores, causadas pelo movimento das meninas dentro da barriga. A mãe chegou a tomar remédios para evitar um aborto espontâneo. "Eu luto para ficar com elas porque se Deus me deu filhas assim, então também me dará conforto para cuidar delas da maneira correta".

A tia das meninas, Célia Gonçalves, conta que já teve outro caso de gêmeas siamesas na família. Segundo ela, uma das tias ficou grávida de bebês que nasceram unidos. Como o fato foi há mais de 40 anos e os parentes moravam na zona rural, foi tratado com uma questão espiritual ou "aberração".

Agora, a família está em busca de ajuda para conseguir levar os bebês para São Paulo, em busca de tratamento especializado. Como não tem condições financeiras, espera a atuação da Central de Regulação do Sistema Único de Saúde (SUS). A equipe médica do Júlio Müller não tem condições de fazer as cirurgias necessárias.

As meninas estão alimentando-se por sonda, até o procedimento cirúrgico no intestino. Selma conta que fica com o coração partido de vê-las. Diz que ambas ficam agitadas quando sentem o cheiro do leite do peito e choram de fome sem poder comer.

As pessoas que quiserem contribuir podem fazer depósitos no Banco do Brasil. A conta é 12.843-0 e a agência 2480-5. O beneficiário é o pai da criança, Jorge Miranda da Penha.

Outras doações podem ser feitas pelo telefone (65) 9966-4426.





Fonte: A Gazeta

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