Há quase dois anos no cargo, o secretário Diógenes Curado avalia que o setor é complexo, precisa de melhorias, mas pondera que houve avanços importantes na administração do governador Blairo Maggi
Secretário Diógenes diz que há avanços na segurança e critica discurso vazio
Apesar de destacar o que considera avanços na área de segurança pública durante a gestão Blairo Maggi (PR), o secretário Diógenes Curado reconhece que ainda existem deficiências. Questionado se as melhorias serão suficientes para contrapor a avalanche de questionamentos e críticas dos adversários durante o período eleitoral, Diógenes é taxativo. “Se forem entrar nas mazelas de um ou outro, estarão fazendo campanha vazia. A população quer ouvir propostas”, contrapôs o secretário, em entrevista ao RDNews, em seu gabinete nesta quinta (18).
Segundo ele, há sempre coisas para serem melhoradas e em todas as secretarias. “Mas acho que estamos centrados, fizemos um planejamento de segurança amarrado e alcançamos avanços”, avalia. Apesar disso, há seis meses das eleições, a gestão de Curado já vem sendo criticada pelos pré-candidatos ao governo Jayme Campos (DEM) e Wilson Santos (PSDB). O democrata tem sido mais taxativo e, no calor dos debates dos próximos meses, o tema será recorrente e deve causar dor de cabeça ao secretário.
Pelo fato de ser uma pasta estratégica, existe a preocupação do governo na receptividade dos eleitores em relação aos avanços no setor. Trata-se de um “abacaxi” quase sempre espinhoso e difícil de ser descascado. Ao lado da Saúde e Educação, a Segurança Pública está entre os itens essenciais para mensurar a qualidade de vida da população e, por isso mesmo, sempre é alvo de questionamentos. Analistas chegam a dizer que se trata do “calcanhar de Aquiles” do governador Blairo Maggi, já que paira o clima de insegurança em dezenas de municípios e a população reclama da falta de estrutura.
Em meio a tanta cobrança, Curado tem a missão de administrar um orçamento de R$ 900 milhões e comandar 12 mil servidores. Somente com folha de pagamento são gastos R$ 664 milhões por ano. Em 2010, o governo federal já destinou R$ 12 milhões à secretaria.
Diógenes já exerceu os cargos de agente federal, chefe da Delegacia de Entorpecentes e superintendente da Polícia Federal. Ele tem a missão de não permitir a entrada de drogas e armas no país pelos 700 quilômetros da fronteira mato-grossense, além de coibir crimes, prender criminosos, mantê-los afastado da população durante o cumprimento de penas e ainda ser responsável pela ressocialização de menores infratores e dos detentos que cumprem pena em regime semi-aberto e aberto.
O secretário está à frente da pasta há quase dois anos e, além de planejar as ações da polícia na coação de crimes, tem que se preocupar com o Corpo de Bombeiros, que hoje conta com mil integrantes em todo o Estado. A engrenagem é complexa e interfere diretamente na vida da população. Por isso, se faltarem profissionais, dinheiro ou estrutura, o resultado é desastroso. No caso de Mato Grosso há um equilíbrio, mas também há sérias deficiências.
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