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Cidades/Geral
Quinta - 18 de Fevereiro de 2010 às 02:10
Por: Eduardo Cruz

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Apesar do alagamento, moradores não querem sair
Apesar do alagamento, moradores não querem sair

Uma súbita cheia do Rio Paraguai inundou várias casas da cidade no início desta semana, levando a Prefeitura a agir com presteza para proteger as famílias atingidas. Segundo a secretária de Promoção Social, Eliene Ribeiro, ainda não há uma estimativa precisa do número de cidadãos prejudicados, mas sabe-se que quatro casas no centro do município estão parcialmente submersas e equipes da administração pública estão percorrendo os bairros para localizar e socorrer moradores em situação de risco. A Prefeitura já transformou uma escola e um ginásio em abrigos e está cadastrando os desalojados no PSH (Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social). Um dos problemas, relatou a secretária, é a resistência das vítimas, que “não querem deixar suas casas, porque têm uma relação de cuidado com elas, querem proteger seus bens e acham que a água vai baixar logo”. É preciso retirar as pessoas das residências inundadas o mais rápido possível, afirma Ribeiro, “porque não podemos ficar esperando algo pior acontecer”.

Com água batendo nas canelas, Benedito Aniel da Silva, morador de uma das casas atingidas, conta que inundação começou à noite. Para proteger seus bens, colocou-os encima de uma mesa e contou com a ajuda de um amigo. Ele não pretende deixar o lar: “Minha mãe, que tem 85 anos, não quer sair”. A idosa, por sua vez, confirmou que está determinada a ficar, “com fé em Deus para vencer essa batalha”. Joana Maria da Silva reside há 43 anos na casa, pela qual tem um afeto especial: “Ganhei do meu filho Manoel, que morreu há dois anos”. Segundo a anciã, esse problema de cheias só se agravou de 3 anos para cá. “Nem sempre foi esse sofrimento”, explica ela, que por muitos anos labutou no garimpo.

Fora do centro, no bairro da Catira, foi possível encontrar outra casa inundada, onde Reginaldo vive com sua família. Ele mora no local há 13 anos e “durante esse tempo todo, o rio encheu três vezes”, recorda. Ele não se animou de ir para o abrigo e parece acreditar que o pior vai passar: “Fora a água, por aqui está tudo bem”. Por enquanto, a Prefeitura não cogita tirar os moradores à força.






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