Desemprego se manterá alto nos EUA por mais dois anos, diz ata do Fed

A taxa de desemprego nos Estados Unidos se manterá alta nos próximos dois anos porque os americanos, ainda preocupados com a recessão, continuam cautelosos e fazem com que a recuperação da economia siga em ritmo lento, disse o Fed (Federal Reserve, o BC americano) na ata da última reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês).

Na reunião, ocorrida no final de janeiro, o Fed manteve a taxa básica de juros do país em uma faixa entre zero e 0,25% ao ano. Porém, pela primeira vez desde foi implantada, no final de 2008, a decisão não foi unânime --o presidente da regional do Fed de Kansas City votou pelo aumento da taxa.

Os diretores do Fed disseram na ata da reunião que ainda será necessário "mais algum tempo" para que a economia e o mercado de trabalho voltem ao normal. Alguns deles apontam que pode demorar mais de cinco ou seis anos para que isso aconteça.

Na atualização das projeções econômicas, o Fed disse que a taxa de desemprego deve fechar o ano entre 9,5% e 9,7% --acabou em 10% em 2009. Para 2011, cairia para entre 8,2% e 8,5%, e ficaria entre 6,6% e 7,5% ao final de 2012.

Segundo a ata, os dados analisados pelos diretores do Fed mostraram que a economia segue seu ritmo de recuperação nos últimos meses. "Os gastos dos consumidores se manteve bem no quarto trimestre, e os gastos das empresas com equipamentos e softwares foram substancialmente ampliados. Porém, a melhoria no setor de habitação perdeu fôlego, e os gastos com construções não-residenciais continuam a cair", aponta o documento.

A ata saudou ainda o fato do setor industrial ter avançado "em um ritmo sólido" ao longo do quarto trimestre de 2009.

Devido a este cenário, o Fed elevou levemente sua previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2010. Segundo a ata, a atual previsão é que avance entre 2,8% e 3,5%. A previsão anterior era de alta entre 2,5% e 3,5%.

Com agências internacionais.