Cinco civis morrem no Afeganistão; Reino Unido promete evitar baixas
Cinco civis morreram em um ataque aéreo da Isaf (Força Internacional de Assistência à Segurança) no sul do Afeganistão ao serem confundidos com rebeldes que colocavam bombas na região, informou hoje a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
"Um ataque aéreo da Isaf contra supostos insurgentes matou acidentalmente cinco pessoas e feriu outras duas no distrito de Zhari, na Província de Candahar, em uma ação não- relacionada à ofensiva Moshtarak contra os talebans", informou a Otan em comunicado.
A morte de civis é um dos temas mais delicados da ação das forças da Otan na luta contra o grupo islâmico radical Taleban no país. O comandante da Otan, general Stanley McChrystal, afirmou em relatório entregue no ano passado ao governo que, ao causar a morte de civis e danos colaterais "desnecessários", a coalizão pode perder a batalha contra o Taleban.
Hoje, o ministro de Interior afegão, Mohammed Hanif Atmar, disse entre as 12 pessoas mortas em um ataque errado da Otan na véspera, nove eram civis e outros três eram insurgentes que forçaram os civis a darem refúgio. Ele disse também que os líderes tribais locais aceitaram o pedido de desculpas do general McChrystal pelas vítimas.
Segundo comunicado assinado por McChrystal neste sábado, os dois foguetes lançados pelas tropas da Otan tinham como alvo um refúgio do grupo islâmico radical Taleban, de onde militantes lançavam "fogo preciso e direto" contra as forças aliadas.
Um militar afegão e um estrangeiro ficaram feridos pelos disparos dos insurgentes no distrito de Nad Alí, na região da Província de Helmand, foco da operação. As tropas reagiram e lançaram foguete, que desviou cerca de 300 metros e atingiu uma casa de civis.
Esforço
O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, disse hoje que as tropas aliadas estão fazendo o máximo possível para evitar baixas civis no Afeganistão, depois das 12 mortes de civis atingidos por dois mísseis da Artilharia de Alta Mobilidade (Himars), que erraram o alvo.
"Falei com o presidente afegão, Hamid Karzai, porque dizer que estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance para minimizar as baixas civis", disse o primeiro-ministro britânico.
Brown tentou justificar o ocorrido explicando que "um grande número de soldados entraram em uma área onde [os soldados britânicos] tivemos problemas com os insurgentes talebans" e onde "as forças [da coalizão] correm risco de serem atingidas por bombas".
"Temos que fazer tudo o que pudermos para garantir a segurança de nossas tropas. Ao mesmo tempo, o propósito desta missão é ganhar o apoio dos afegãos, convencê-los a apoiarem a Constituição do Afeganistão e afastar-lhes dos talebans", disse.
O primeiro-ministro se mostrou confiante no êxito da Operação Moshtarak, a maior ofensiva contra os talebans desde a invasão em 2001, porque "o povo não quer ter o medo que suscitam os talebans, nem enfrentar a possibilidade de a Al Qaeda retornar ao Afeganistão".
Resistência e fuga
Os Marines dos EUA, que lideram uma das maiores ações da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) contra a milícia Taleban no Afeganistão, enfrentam a resistência dos insurgentes em algumas áreas. Os rebeldes contra-atacam com armas pesadas, posicionam franco-atiradores e armam emboscadas para as tropas da coalizão.
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