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Economia
Segunda - 15 de Fevereiro de 2010 às 18:33

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O custo do seguro contra moratória da dívida de Dubai com vencimento em cinco anos disparou nesta segunda-feira para o seu maior nível desde março, em meio à preocupação com a reestruturação da dívida do conglomerado estatal Dubai World.

O nervosismo com o destino da Dubai World aumentou depois que a agência de notícias Dow Jones informou que a empresa negociava um acordo em duas etapas, numa das quais os credores seriam ressarcidos em 60% do valor ao longo de sete anos.

Dubai negou essa informação no domingo, mas investidores, já alarmados pela falta de informação sobre os planos da companhia quanto à sua dívida, reagiram com perplexidade à notícia.

O CDS ("credit default swap", uma espécie de seguro para títulos) de cinco anos chegaram a 651 pontos-base, segundo a CMA DataVision, acima da alta registrada quando o governo de Dubai anunciou uma paralisação da dívida da Dubai World, em novembro.

Os 651 pontos significam que segurar durante cinco anos uma dívida de US$ 10 milhões do emirado custa US$ 651 mil. Valores em torno de mil pontos são geralmente associados a dívidas problemáticas.

O aumento no caso de Dubai foi motivado também pelas dúvidas generalizadas quanto ao risco soberano, diante da ausência de um plano específico da zona do euro para resgatar a Grécia.

"A reação a Dubai se relaciona ao sentimento na Grécia," disse Okan Akin, estrategista emergente de crédito da RBS. "Há muita incerteza, uma hora da verdade está chegando."

Segundo os bancos, a Dubai World ainda não propôs formalmente uma saída para sua dívida de cerca de US$ 22 bilhões. No dia 1º de março, vence mais uma parcela, de US$ 1,2 bilhão. Em dezembro, a Dubai World evitou um calote de US$ 4,1 bilhões no seu "título islâmico" graças a uma ajuda de última hora de Abu Dhabi.

O título islâmico da Nakheel, subsidiária da Dubai World que carrega grande parte das dívidas da empresa, caiu 3,5 pontos na segunda-feira, para 50, segundo dados da Reuters referentes aos papéis com vencimento em janeiro de 2011.

As taxas interbancárias dos Emirados Árabes também têm subindo nas últimas semanas, refletindo ansiedade. "Quando há uma época de incerteza, as pessoas querem se apegar ao dinheiro vivo," disse Akin.





Fonte: Reuters

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