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Internacional
Sábado - 13 de Fevereiro de 2010 às 17:41

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O Irã "exagera" na questão nuclear, desafiando os ocidentais, que não deveriam se envolver em negociações que podem fortalecer o governo fragilizado do presidente, Mahmoud Ahmadinejad, consideram os especialistas consultados em Paris pela France Presse.

O Irã anunciou nesta semana que havia iniciado a produção de urânio altamente enriquecido, com fins de pesquisa, apesar dos protestos das potências ocidentais, que suspeitam que Teerã tente produzir uma arma nuclear sob o pretexto de desenvolver um programa civil.

A França, que possui a Presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU, prepara uma resolução que, caso seja adotada, imporá sanções drásticas ao Irã, indicou um alto funcionário de Paris.

Segundo especialistas, o presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad exagera as capacidades nucleares de seu país para reforçar a sua posição nas negociações com os ocidentais e consolidar a sua autoridade fragilizada internamente.

"Os especialistas são unânimes em considerar que o Irã não tem capacidade de enriquecer urânio a 20%", afirma Karim Pakzad, pesquisador do IRIS (Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas) de Paris.

"Em termos políticos, Ahmadinejad exagera porque o governo iraniano está fragilizado internamente", considera.

Oposição

Trinta e um anos depois da Revolução Islâmica, o governo enfrenta manifestações populares sem precedentes organizadas por uma oposição variada.

Muitos consideram que a repressão do governo iraniano às manifestações revela a fragilidade de Ahmadinejad, e que seus discursos serão inúteis se o governo não mantiver suas promessas no futuro, principalmente referentes ao programa nuclear.

"Ahmadinejad anuncia grandes programas que não conseguirá concluir, nem a construção das dez centrais de enriquecimento que anunciou há algumas semanas, nem a produção de combustível para seu reator de pesquisas", considera François Nicoullaud, ex-embaixador da França em Teerã entre 2001 e 2005.

Segundo ele, "o Irã jamais desenvolverá um programa nuclear sério sem a cooperação internacional, muito menos militar".

"Por outro lado, o Ocidente ameaça adotar sanções que certamente não serão eficazes, a curto ou médio prazo. Estamos em um jogo curioso, um anuncia programas irrealizáveis, o outro ameaça com sanções ineficazes", concluiu.





Fonte: AFP

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