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Nacional
Sábado - 13 de Fevereiro de 2010 às 13:31
Por: Márcio Falcão

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Defesa de Arruda estuda medida para tirá-lo da prisão; advogado diz que ele está abatido
Defesa de Arruda estuda medida para tirá-lo da prisão; advogado diz que ele está abatido

Isolado em uma sala da INC (Instituto Nacional de Criminalística) da Polícia Federal, o governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), tem recebido refeições caseiras e cuidados médicos. Segundo o advogado José Gerardo Grossi, Arruda está "naturalmente abatido" e já estaria se conformado com a prisão que pode levar até 83 dias --de acordo com os prazos da prisão preventiva.

Grossi -- que esteve hoje com Arruda por quase meia hora -- disse ainda que Arruda não tem tomado banho de sol. O cardápio do almoço do governador, que foi feito em casa, inclui bife, arroz, feijão, batata frita. Arruda ainda passou por uma avaliação médica para saber se tem alguma alteração na pressão arterial. "Ele está naturalmente abatido assim como todo mundo que está preso fica", disse.

Segundo ele, a defesa ainda avalia a possibilidade de pedir um relaxamento de prisão nos próximos dias, caso o STF (Supremo Tribunal Federal) demore a julgar o mérito do pedido de liberdade que foi negado ontem pelo ministro Marco Aurélio Mello. O advogado disse, no entanto, que no momento ainda "não há fato novo" que justifique uma tentativa de suspender a prisão. "Não se pode apostar tudo em uma ficha só, mas ainda não há fato novo", afirmou.

Além de Grossi, Arruda recebeu hoje a visita de sua mulher, Flávia. O encontro durou quase uma hora. Flávia que despistou a imprensa na chega, saiu sem falar com os jornalistas.

No primeiro dia em que ficou preso, Arruda se dedicou à leitura de livros para passar o tempo. O advogado Nélio Machado, que esteve com o governador na noite de ontem para traçar uma estratégia para reverter o pedido de prisão, não soube informar o nome dos títulos.

Segundo Machado, foi disponibilizada uma cama "de criança" para o governador. Ele ainda está sendo monitorado por dois agentes. No local, há um banheiro privativo, ar condicionado. O advogado negou que ele tenha acesso a televisão e a aparelho de celular.

"É uma cama pequenininha, mais ou menos de criança. Nenhuma prisão é boa, mas não tenho do que reclamar em relação ao tratamento que tem sido dado a ele", disse Machado.

Prisão

Na decisão que mantém o governador Arruda preso, tomada na sexta-feira, o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, afirma que a decisão do STJ de decretar a prisão do governador cumpriu todos os requisitos legais necessários.

Marco Aurélio afirma que a prisão do governador era necessária para "preservar a ordem pública e campo propício à instrução penal considerado o inquérito em curso".

O ministro diz, ainda, que o momento é "alvissareiro" para a correção de rumos no país, extinguindo a impunidade. "Indefiro a liminar. Outrora houve dias natalinos, hoje avizinha-se a festa pagã do Carnaval. Que não se repita a autofagia", diz o ministro.

Com a o pedido de liminar negado por Marco Aurélio, a defesa de Arruda terá que esperar o fim do Carnaval para que o plenário do STF julgue o mérito da decisão do ministro. A próxima sessão plenária do Supremo está marcada para quarta-feira de Cinzas.

Até lá, Arruda fica preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. A defesa do governador ainda não comentou o teor da decisão do STF, nem se pretende pedir a revisão da liminar de Marco Aurélio.






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