Reitoria apresentou à imprensa número de matrículas nos principais cursos descartando, por hora, invasão de forasteiros. Duas etapas ainda por vir
UFMT: Maioria dos que fizeram matrícula é de Mato Grosso
O primeiro balanço das matrículas na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), divulgado ontem, por enquanto afasta a tese de que os estudantes forasteiros devem dominar as vagas da instituição este ano, por meio do novo sistema unificado de vestibular. Até ontem, penúltimo dia da primeira etapa de matrículas, apenas 11% das 5.008 vagas nos 98 cursos da Universidade haviam sido ocupadas. A maioria delas, conforme números da reitoria, por estudantes mato-grossenses.
“Não houve invasão. No sistema, há muita gente de fora que não vai se inscrever por estar esperando resultados de outras instituições”, defendeu a reitora Maria Lúcia Cavalli Neder, argumentando que a mudança do sistema de vestibular para o Exame Nacional do Ensino Médio unificado (Enem) não provocará a invasão dos “forasteiros” – ao contrário do que muitos estudantes e professores de cursinhos pré-vestibulares têm temido.
Para ilustrar, Maria Lúcia mostrou dados de alguns cursos da UFMT. Um dos mais disputados, o de Direito, aparece com a maioria das matrículas feitas até agora como de alunos mato-grossenses: das 52 inscrições para os períodos matutino e noturno, apenas sete são de alunos de fora (ver quadro).
Os estudantes de outros estados por enquanto também são minoria no curso de Economia. No período noturno do curso, todas as 10 matrículas realizadas até ontem eram de alunos mato-grossenses.
Destoando dos demais cursos, Medicina aparece com a maioria composta por forasteiros. Até ontem, 52 estudantes haviam sido inscritos, sendo 32 vindos de fora. No entanto, esta situação não sugere uma invasão de pessoas de outros estados na UFMT, defende a reitora, pois o curso de Medicina sempre foi atípico.
Historicamente, explica Maria Lúcia, os estudantes de Medicina na UFMT são majoritariamente oriundos de outros estados, em especial, Goiás – e tal panorama não muda por causa do sistema de vestibular. A razão é que a carreira sempre foi extremamente concorrida em todo o país e, por isso, sempre houve migrações de estudantes em busca de instituições Brasil afora.
Agora, entretanto o vestibular unificado por meio do Enem permite que muito mais estudantes de outros estados realizem o exame da UFMT, já que não há necessidade de se deslocarem. Daí o temor de uma “invasão” potencializada pelo novo sistema, cujas inscrições entram em sua segunda etapa nesta segunda-feira. Como as inscrições e as notas de corte são flutuantes, o candidato deve estar atento ao sistema para garantir sua matrícula. A segunda etapa se entende até o dia 20.
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