Caixas eletrônicos compartilhados não terão custo para clientes, dizem bancos
O compartilhamento dos terminais externos de autoatendimento de Bradesco, Banco do Brasil e Santander não terá custo adicional para os clientes dos bancos. "O impacto para os clientes é nulo ou benéfico. Nós teremos não só mais máquinas, como máquinas em mais locais". De acordo com ele, o uso desses equipamentos está previsto nas cestas de tarifas de cada um dos bancos.
Em entrevista com jornalistas nesta quinta-feira, executivos dos três bancos afirmaram que, seguindo os padrões internacionais, a parceria deve gerar uma redução de 20% nos gastos com a rede externa de atendimento. O foco da parceria será reduzir os custos com a manutenção desses equipamentos e aumentar a conveniência dos clientes.
A parceria anunciada hoje inclui 11 mil caixas localizados em shoppings centers, supermercados, postos de combustíveis, entre outros. Ao todo, os três bancos possuem 15 mil terminais externos --dentro os quais 4 mil não entram no acordo-- e outros 75 mil internos, que, por enquanto, não farão parte do acordo.
Os primeiros terminais de compartilhamento devem entrar em funcionamento em cinco meses. De acordo com os executivos, a tendência é que em locais em que haja mais de uma máquina dos três bancos seja mantido apenas um caixa e os outros equipamentos sejam reinstalados em locais que ainda não possuem terminais.
Candido Leonelli, diretor-gerente do Bradesco, ressaltou que a parceria não diminui a concorrência entre os bancos. "Hoje nós temos a maturidade de entender o que é diferencial competitivo e o que é comodidade para os nossos clientes. Concorrência se faz no relacionamento", afirmou.
De acordo com Paulo Rogério Caffarelli, vice-presidente de novos negócios do BB, os caixas externos representam 15% de todos os terminais de autoatendimento dos bancos. No balanço, porém, os ATMs externos respondem por 30% dos gastos com os equipamentos.
Cafarelli afirmou que no BB os custos com todos os terminais somam R$ 1 bilhão por ano --assim, cerca de R$ 300 milhões seriam gastos apenas com os ATMs externos.
Os executivos disseram ainda que será constituída uma nova empresa para administrar a nova marca que surgirá da parceria. Os bancos vão realizar uma licitação para escolher uma empresa para operar a rede compartilhada. Uma das possibilidades levantadas por eles seria a administração pela Tecban, que hoje opera a rede 24 horas.
Outros bancos
Caffarelli afirmou que os bancos brasileiros negociam o compartilhamento de terminais de atendimento há dez anos. Segundo ele, porém, a proposta de incluir todas as instituições em um acordo não estava evoluindo e, então, BB, Bradesco e Santander optaram por fechar parceria.
"Nunca conseguimos fazer funcionar. E se não está funcionando desse jeito, nós vamos fazer funcionar de outro jeito", disse. Ele ressaltou, porém, que a consolidação da rede compartilhada vai permitir que outros bancos entrem na parceria.
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