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Tecnologia
Quinta - 11 de Fevereiro de 2010 às 10:10

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A revolução digital pode estar “reprogramando” o cérebro de crianças e de adolescentes – facilitando a realização de várias tarefas ao mesmo tempo, mas tornando difícil a concentração por muito tempo.

A conclusão será revelada em um documentário da BBC, chamado A Revolução Virtual, que será exibido no próximo sábado (13) na Inglaterra.

A descoberta ajuda a aumentar a preocupação em torno da internet e dos dispositivos eletrônicos de que eles não estejam mudando só o comportamento das pessoas, como também o jeito de pensar.

O professor David Nicholas da Universidade College London testou a habilidade de cem voluntários para responder a uma série de perguntas ao navegar na internet.

Resultados preliminares revelaram que jovens de 12 a 18 anos passaram menos tempo buscando informações antes de responder as perguntas do que os voluntários mais velhos.

Em média, eles responderam cada pergunta depois de acessar a metade do número de páginas na web – gastando só um sexto do tempo lendo a informação – visitadas pelos mais velhos.

Os adolescentes que cresceram junto com a web se saíram melhor em atividades multitarefa, isto é, ao realizar vários trabalhos mentais de uma vez só.

Os mais jovens – nascidos depois de 1993, um ano antes do lançamento da internet comercial no mundo – também tendiam mais a conseguir respostas com os amigos do que usar fontes confiáveis de informação.

Uma pesquisa anterior do professor Nicholas descobriu que pessoas mais jovens usam a internet de um jeito diferente dos mais velhos, pulando de site em site e raramente voltando à mesma página duas vezes.

Alguns psicólogos dizem que não existem evidências de que a internet esteja mudando o cérebro e de que as pessoas mais jovens sempre tenham se esforçado para se concentrar.

Mas outros especialistas afirmaram que a internet encoraja o usuário “zapear” por várias páginas em vez de se concentrar em uma fonte como o livro, o item de pesquisa mais importante na vida de um estudante.

Esse novo tipo de pensamento associativo deixa a maioria das pessoas incapaz de lidar com disciplinas “lineares”, como a leitura e a escrita, por bastante tempo porque a mente deles foi moldada para funcionar de forma diferente.

Outros pesquisadores dizem no documentário que que as pessoas mais jovens estão perdendo a capacidade de ler e estudar usando livros.

A neurocientista Susan Greenfield, que é professora da Universidade de Oxford, na Inglaterra, disse que "a web e as redes sociais estão ‘infantilizando’ a cabeça das crianças e as distanciando da realidade".






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