Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Quinta - 11 de Fevereiro de 2010 às 02:11
Por: Luciane Mildenberger

    Imprimir


Antônio Araújo/DF
Secretário de Fazenda, Eder Moraes, participa da CPI da Dívida Pública
Secretário de Fazenda, Eder Moraes, participa da CPI da Dívida Pública

Os deputados federais da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Dívida Pública acataram e elogiaram a proposta de reestruturação das dívidas defendida por Mato Grosso e apresentada pelo secretário de Fazenda, Eder Moraes, nesta quarta-feira (10.02), em Brasília (DF). Os três pilares básicos defendidos pelo Estado e que foram acatados, em princípio, pelos legisladores consistem na redução do comprometimento da Receita Corrente Líquida (RCL) de 15% para 10% com o pagamento das parcelas das dívidas; a extinção de juros compostos; e a adoção de juros pré-fixados retirando-se o indexador.

“Reafirmamos aos deputados a proposta de Mato Grosso. É necessário retirar o indexador inflacionário que é o IGP-DI. Nós queremos que o comprometimento da Receita Corrente Líquida com o pagamento das parcelas das dívidas seja de no máximo 10%, e não dos atuais 15%”, defendeu Eder Moraes. A proposta ainda estabelece que os recursos que deixarem de ir para a dívida sejam investidos em obras de infraestrutura e programas sociais, não podendo serem alocados no custeio da máquina pública.

Segundo o secretário de Fazenda, com a renegociação feita desta forma, os Estados e os Municípios poderão planejar melhor o futuro, sabendo quando iniciam e quando terminam as dívidas. “Hoje as dívidas estão em um horizonte interminável. A partir desta proposta a União garante o recebimento dos recursos através de parcelas fixas. Outro ganho substancial é que à medida que forem passando os anos, diminuirá sobremaneira o comprometimento das parcelas em relação as suas receitas, ou seja, as receitas sempre crescerão e as parcelas continuarão fixas, o que descomprime a capacidade de investimentos dos Estados e Municípios”, explicou Moraes.

Um outro caminho para a renegociação da dívida pública ainda foi proposto nesta quarta-feira (10.02) pelo secretário Eder Moraes e acatado pelo deputado Ivan Valente foi a de acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) por meio do Ministério Público Federal, atestando a ilegalidade do atual modelo de cobrança de juros, correções e indexadores flutuantes.

“Cerca de 60% do nosso saldo devedor é composto por juros e correções, o que torna praticamente impossível contornar esta situação. A dívida é cíclica e o Brasil vive um novo momento macroeconômico, sendo descabido essa relação draconiana e de escravidão com os Estados e Municípios”, frisou Eder Moraes. Em 1998, por exemplo, o Estado devia R$ 3,179 bilhões. Em 10 anos, foram pagos R$ 5,956 bilhões e, em 2009, o saldo devedor do Estado com a União somava R$ 4,804 bilhões. A previsão é que Mato Grosso pague R$ 750 milhões a União neste ano de 2010.

Por fim, o secretário de Fazenda avaliou que hoje a CPI da Dívida Pública é a mais importante do país. “Esta CPI poderá definir um marco histórico no desenvolvimento do Brasil, na medida em que recuperar a capacidade de investimentos dos Estados e Municípios, deixando um legado para as futuras gerações”, concluiu.

com Daniel Dino






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/143047/visualizar/