Beijo na boca pode transmitir doença
Como já se sabe, a camisinha é o acessório obrigatório para quem quer aproveitar a festa de forma saudável. Mas alguns profissionais da área de saúde alertam que também é preciso ter cuidado com aqueles beijinhos roubados no meio da folia ou os mais ousados em um lugar discreto. |
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O que parecia perfeito acabou virando desespero. “Depois de uma semana, eu estava sentindo falta de fome e muita sonolência. Além de muita febre. Foi quando eu fui ao médico e descobri que estava com mononucleose. Fiquei três semanas de cama me recuperando. Prometi que nunca mais ficaria com vários na mesma noite”, diz.
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Segundo o médico Rafael Sani Simões, um beijo pode ser responsável pela transmissão de males como a gengivite (infecção bacteriana) e mononucleose, uma doença que tem como conseqüências fadiga, dor de garganta, tosse, inchaço dos gânglios, perda de apetite, inflamação do fígado e hipertrofia do baço. “A doença é transmitida pelo vírus Epstein-Barr (VEB) e, depois de um período de incubação de 30 a 45 dias, a pessoa pode permanecer com vírus para sempre no organismo”, explica. |
Ricardo José Pereira, 21 anos, ficou três semanas sem sair de casa por ter beijado 29 meninas em três dias. “Eu estava na época que o mais importante era quantidade e não qualidade. Apostei com os meus amigos quem ficava com mais meninas. Mas em nenhum momento pensamos na higiene. Conclusão: tive dor de cabeça, tosse, perda de apetite e muito sono”, afirma.
Logo que voltou de viagem, Ricardo passou por exames. “Para mim, só existia herpes. Eu nem tinha conhecimento desta doença. Depois que eu fiz os exames, é que descobri o perigo que eu estava correndo, beijando sem pensar”, garante.
Fazer o diagnóstico preciso da mononucleose é muito importante porque ela pode ser confundida com doenças causadas por outros vírus e com sintomas semelhantes. “Para confirmar o diagnóstico clínico, existe o Monoteste, um exame de sangue que só apresenta resultados confiáveis - a presença de linfócitos atípicos -, quando o paciente tem mais de quatro anos de idade e está na segunda semana da doença, quando passa a acusar”, esclarece o médico.
Tratamento
Como nas demais viroses, não há medicamentos específicos contra a mononucleose. “O tratamento se resume em combater os sintomas com antitérmicos, analgésicos e antiinflamatórios e repouso. Exercícios físicos estão proibidos e o contato físico deve ser evitado até que fígado e baço voltem ao normal”, diz o médico.
Quem não quer passar por esta situação, basta evitar o contato com pessoas que estejam com a doença. “As pessoas que passarem por isso no carnaval devem procurar um médico para esclarecer as dúvidas, repousar, ingerir alimentos leves e beber muito líquido. Além dos procedimentos básicos de higiene ao tratar dos doentes”, afirma Simões.
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