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Educação/Vestibular
Terça - 09 de Fevereiro de 2010 às 08:28
Por: Renê Dióz

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PEDRO ALVES/DC
A grosso modo, ausência foi encarada por aprovados como sinal de que muitos a ingressar serão forasteiros
A grosso modo, ausência foi encarada por aprovados como sinal de que muitos a ingressar serão forasteiros

Começou esta semana a primeira etapa de matrículas da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a instituição mais procurada do país por estudantes candidatos a uma vaga no ensino superior por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) unificado – o novo vestibular. Os “calouros” têm até o dia 12 para procurar os cursos para os quais foram aprovados. No campus de Cuiabá, desde ontem, há banners, mapas, pessoal mobilizado e até um call-center para orientar os novos estudantes, mas a movimentação foi tímida.

Sem ter a quem recepcionar, alguns veteranos apontavam o alto número de estudantes de outros Estados entre os aprovados como razão para a “paradeira” durante o primeiro dia de matrícula. É basicamente o que criticaram as veteranas do curso de Direito Anita Schulze, 20 anos, e Nathália Paredes, 19. Durante a manhã, elas e os colegas só recepcionaram três novos alunos em busca de matrícula.

Já no curso de Medicina, apenas um aluno apareceu durante o período da manhã para efetivar a matrícula. Na Comunicação Social, os veteranos também esperaram em vão pelos novos colegas com seus apetrechos de trote, como tintas. A única movimentação foi vista na entrada do bloco que abriga cursos como as engenharias, Matemática, Física e Arquitetura, entre outros.

Os poucos que apareciam prontamente eram recebidos com a farra de “boas-vindas”. Foi o caso de Erik Marcel da Costa, 20 anos, agora matriculado em Matemática e que saiu todo pintado de tinta guache no rosto. Morador de Várzea Grande, ele levou na esportiva, mas considera que o aluno de Mato Grosso saiu prejudicado no Enem unificado, pois a vinda de estudantes forasteiros ficou ainda mais facilitada.

Lúcia Antonieta Sentoma Silva, 19 anos e moradora de Tangará da Serra, eleva o tom da crítica. Ela disse ver com “péssimos olhos” o novo sistema de vestibular, pois nada tem de unificado. Ela comparou: enquanto o estudante mato-grossense precisa se deslocar para participar de provas como a da Fuvest, o estudante de fora “nem precisa tirar a bunda do sofá. É injusto, é um unificado entre aspas”.

Em 2009, a UFMT foi a universidade mais procurada do Enem unificado do país, mas a constatação de que os forasteiros serão a maioria a ocupar as 5.008 vagas ainda não passa de especulação. Até o final da tarde o movimento não havia se alterado e a procura pelos aprovados continuava baixa.

O secretário de Tecnologia da Informação e Comunicação da UFMT, Alexandre Martins dos Anjos, afirmou que o quadro deve mudar a partir do dia 11. “Muitos estudantes estão esperando o resultado de outros vestibulares para então se matricular, e muitas universidades divulgarão a lista de aprovados entre os dias 6 e 11”, falou.

Ele afirmou que não é possível avaliar ainda a adoção do Enem como forma de seleção que beneficiou estudantes que moram fora de Mato Grosso. Alexandre anunciou que as informações dos aprovados estão sendo coletadas para se fazer o devido diagnóstico, mas somente após o período de matrículas esta pesquisa estará pronta e uma análise será possível.

Já a reitora Maria Lúcia Cavalli Neder não vê que o aluno mato-grossense tenha saído prejudicado com o novo Enem. “É muito cedo para nós termos um quadro”, defendeu. Ela prevê que, exceto Medicina, os cursos não vão se encher de alunos forasteiros. “Não é porque é o Enem que isso vai mudar”, argumentou. (Colaborou Keity Roma)






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