Após articulação, Maggi manda adiar audiência pela 2ª vez
Após articulação de representantes das empresas do transporte intermunicipal, a audiência pública que discutiria a licitação de todas as linhas em Mato Grosso foi adiada pela segunda vez. O embate entre os empresários e a presidente da Ager, Márcia Vandoni, começou depois que ela anunciou licitação para contratar empresas que vão explorar oito regiões. Os empresários reagiram negativamente sob o argumento de que serão prejudicados. Eles argumentam que acumulam dívidas com o Estado e, por isso, não poderão participar do certame. A preocupação é de que empresas de outros Estados, com mais capital de giro, sejam beneficiadas. Nesta quinta (5), os empresários foram vistos na Assembleia. Eles percorreram gabinetes e saíram satisfeitos com a confirmação de que a audiência seria cancelada.
Vandoni, por sua vez, contrapõe com o argumento de que cumpre um Termo de Ajustamento de Conduta assinado juntamente com o Ministério Público Estadual e que os contratos não podem ser renovados pelo fato de terem sido firmados antes mesmo da promulgação da Constituição Federal (1988) e da própria lei das Licitações. O movimento contrário à licitação ganha forma porque conta com apoio de deputados. Entre os que defendem os empresários com “unhas e dentes” está o democrata Dilceu Dal Bosco (DEM). Ele chegou até a ameaçar abrir uma CPI na Assembleia para investigar a gestão Márcia Vandoni. Garante ter 12 assinaturas, suficientes para instaurar o processo investigatório.
O governador Blairo Maggi (PR) se vê acuado. De um lado precisa respeitar o TAC firmado com o MP, mas garantiu aos parlamentares que isto não será feito a toque de caixa. Diante disso, mais uma vez cedeu e autorizou o cancelamento da audiência pública. Antes do evento ele deve se reunir com os empresários e deputados em seu gabinete para ouvir as ponderações de ambos.
Na oportunidade, Dilceu deve sugerir mais uma vez que os contratos sejam renovados e apenas 200 linhas sejam incluídas na licitação. O assunto ganha mais repercussão porque sem a audiência pública o edital do processo licitatório não pode ser lançado e, como é um ano eleitoral, Maggi precisa decidir o impasse logo ou a “bomba” será repassada para o próximo governador, que será eleito em outubro.
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