Deputado federal Carlos Abicalil oficializou ontem a sua disposição de concorrer ao Senado, mesmo projeto pleiteado pela senadora Serys
Candidatura de Abicalil sufoca Serys
Uma disputa ainda sem precedentes foi lançada ontem entre os principais líderes do PT de Mato Grosso, deputado Carlos Abicalil e senadora Serys Slhessarenko, na corrida pela vaga de candidato ao Senado pelo partido nas Eleições 2010. Em um encontro que durou mais de uma hora e meia, realizado na manhã de ontem no gabinete de Serys, no Congresso Nacional, Abicalil comunicou à parlamentar que é pré-candidato ao Senado. A decisão do deputado confirma as perspectivas anteriores de que o PT poderá sofrer um racha.
Na reunião, Serys não mudou de opinião. Ela reafirmou para Abicalil, também presidente estadual do PT, a sua decisão de deixar de pleitear o Senado, caso não seja contemplada pela legenda. Temendo os reflexos da posição da parlamentar, o dirigente tentou convencê-la de que o partido poderá ampliar a representatividade na Câmara Federal, caso ela opte pela candidatura a deputada federal.
No entendimento de Abicalil, se for ele o candidato ao Senado, o PT terá maior possibilidade de eleger dois deputados federais. Ele citou os nomes de Serys e do secretário estadual de Educação, Ságuas Moraes, como vias para conquistar as duas cadeiras – além da sua possível eleição para o Senado.
Um dos principais argumentos de Abicalil para justificar sua posição é de que seu nome, em seguidas pesquisas eleitorais, estaria à frente do da senadora. Em entrevista ao Diário, Serys retrucou: “se ele (Abicalil) acha que sou tão boa de votos para vencer uma eleição para a Câmara Federal, eu acho o mesmo dele. Então, por que tem de ser ele o candidato ao Senado e não eu?”, disse.
Ela também questionou a justificativa do presidente do PT sobre as pesquisas eleitorais. “Nas pesquisas a que tive acesso meu nome está na frente, então não sei de que pesquisas ele está se referindo”, pontuou.
A tentativa de Abicalil de fazer com que Serys repense sua posição foi frustrada, pelo menos neste primeiro momento. Segundo ela, “não existe a menor possibilidade de voltar atrás. Não vou rever”, frisou. Ela destacou ainda que “ou é candidata ao Senado ou abandona a disputa eleitoral”. Mesmo ciente do cenário conflituoso, o presidente regional do PT explicou que ficou acordado entre ambos que o assunto será decidido através de debates internos que serão abertos ainda neste mês.
A senadora informou também que não lançará mão da estratégia interna para tentar vencer a disputa na sigla. Reiterou ainda que aguardará o planejamento do diretório estadual sobre o calendário de debates, para discutir a questão. No entendimento de Abicalil, as discussões no PT não alteram o quadro de articulações com outros partidos que visam à construção de majoritária para o próximo pleito. Ele acrescentou que o PT sairá ainda mais fortalecido nesse processo de debates, já que a legenda trata posições divergentes como um mecanismo natural dentro do processo democrático de discussões.
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