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Cidades/Geral
Quinta - 04 de Fevereiro de 2010 às 20:57
Por: Deogracia Pinto

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As caixas d"água sem tampa, encontradas no alto dos quintais das casas, chamaram a atenção de profissionais da área de saúde que sobrevoaram  Mato Grosso nos últimos três dias para mapear os possíveis criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, no estado. Para eles, esse é um dos principais empecilhos no trabalho de combate à dengue. Em janeiro, foram notificados no estado mais de 9 mil casos da doença.

Hoje (4), depois do último sobrevoo, o governo estadual anunciou a criação de 800 vagas em hospitais e clínicas mato-grossenses para atender os pacientes com dengue. Além disso, os médicos do estado estão sendo novamente capacitados e os hospitais reequipados para melhorar o atendimento. O governo também disponibilizará mais 300 bombas motorizadas e nove camionetes para reforçar as ações de vigilância sanitária.

Segundo o coordenador do Centro de Informação de Vigilância em Saúde de Cuiabá (Cieves), Aparecido Alberto Rodrigues Marques, a população mato-grossense também precisará mudar seu comportamento e esta será uma das frentes do trabalho de combate à dengue. Marques disse que, ao sobrevoar alguns bairros da capital e de Várzea Grande, município vizinho, os técnicos observaram que a falta de conscientização das pessoas é um fator importante para a proliferação do Aedes aegypti, assim como as caixas d’água descobertas e os sacos plásticos e garrafas PET jogadas em terrenos baldios.

De acordo com Marques, o trabalho de conscientização envolverá tanto equipes estaduais quanto municipais e a imprensa, com a veiculação de informações sobre prevenção e combate à doença. Profissionais da comunicação também participaram dos sobrevoos pelo território mato-grossense.

O reforço às ações de combate à dengue foi decidido depois que a Secretaria de Saúde divulgou os números da dengue referentes ao mês de janeiro no estado. Até ontem (3), Mato Grosso registrou 9.209 casos da doença, 264 foram notificados como graves. Onze pessoas morreram – cinco por causa da doença e os demais casos estão sendo investigados. Os números são da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde

Na capital, Cuiabá, foram notificados até o momento 805 casos, dos quais 59 considerados graves. Em Várzea Grande, dos 576 casos registrados,  40 foram notificados como graves. Houve quatro mortes – uma delas causada por dengue. As três restantes ainda estão sob investigação. Também notificaram mortes por dengue os municípios de Colniza, Diamantino e Poconé, um caso sob investigação, cada; Rondonópolis, dois casos confirmados; Sinop e Sorriso, cada um com um caso confirmado.

De acordo com a Secretaria de Saúde, Mato Grosso está em estado de alerta para a dengue, e isso vale para seus 141 municípios.

Entre as principais medidas de prevenção, a secretaria aponta a manutenção de caixas d’água, tonéis e barris ou outros recipientes que armazenam água totalmente tampados e limpos e a remoção de tudo o que possa impedir a água da chuva de correr pelas calhas e não deixar que ela se acumule sobre as lajes. No caso dos vasos de plantas, é preciso encher de areia, até a borda, os pratinhos, que também podem ser lavados uma vez por semana com escova, água e sabão. Objetos que possam acumular água, como potes, latas e garrafas vazias, devem ser jogados no lixo, que precisa ser acondicionado em sacos plásticos bem fechados. As lixeiras também devem ser mantidas bem fechadas.

Segundo a secretaria, em caso de febre, com duração máxima de sete dias, acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dor no fundo dos olhos, dor nas juntas, desânimo, manchas na pele, a pessoa deve procurar imediatamente a unidade de saúde mais próxima de sua residência.






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